Uma dieta para reduzir a ingestão de carboidratos, isto é, o peso em mulheres obesas durante a gravidez pode ser prejudicial à mulher e ao feto. A conclusão é de um estudo conduzido pela Divisão de Endocrinologia e Metabolismo da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, e os resultados acabam de ser publicados na revista “Diabetes Care”.
A diabete gestacional é uma forma de diabetes que se manifesta durante a gravidez e, na maioria dos casos, desaparece novamente – pelo menos temporariamente – imediatamente após o parto. O estudo indica que na Áustria, como no resto da Europa, uma em cada sete mulher grávida é afetada por diabete gestacional. E que um terço das mulheres afetadas é obesa.
Um dos principais fatores de risco é a obesidade e o ganho de peso recomendado na gravidez para mulheres obesas é de 5 a 9 kg, mas muitas mulheres excedem em muito esses valores. Para explorar as possibilidades e indicadores para evitar diabetes gestacional em mulheres obesas, o estudo liderado pela endocrinologista Alexandra Kautzky-Willer envolvendo 436 mulheres.
O estudo envolveu o treino de um grupo de gestantes obesas que mudaram a dieta e cumpriram com cinco medidas de estilo de vida: reduzir a ingestão de refrigerantes, reduzir a ingestão de carboidratos e gordura e aumentar a ingestão de proteína e fibra dietética. O grupo controlo não fez mudanças em seus hábitos alimentares. Um segundo grupo de mulheres realizou com aconselhamento atividade física regular. O grupo controlo não fez exercício físico.
Os investigadores verificaram que o ganho de peso das mulheres que seguiram o aconselhamento dietético foi menor, e apresentaram níveis mais altos de glicose no sangue em jejum e um nível mais alto de substâncias no sangue resultante do aumento da degradação da gordura, como ácidos gordos e cetonas. Isso também foi correlacionado com a ingestão reduzida de carboidratos. Neste caso foram encontrados no sangue dos recém-nascidos níveis mais elevados de ácidos gordos livres. Estas alterações metabólicas não foram encontradas nos outros grupos. No entanto, de acordo com o estudo, o aumento do exercício físico foi tão mal sucedido na prevenção do diabetes gestacional como a suplementação de vitamina D.
O estudo concluiu que as intervenções nutricionais têm uma influência significativa sobre o metabolismo materno e infantil. No entanto, a vantagem do menor ganho de peso ao restringir os carboidratos em mulheres grávidas obesas resulta simultaneamente no aumento da degradação da gordura e na liberação associada de ácidos gordos livres no sangue da mãe e do bebé. As consequências desse aumento ainda não estão claras e precisam ser mais investigadas.
Para Alexandra Kautzky-Willer “a diabetes gestacional é o principal fator de risco para diabetes tipo II em mulheres após o parto e também aumenta o risco na criança”.
“O desenvolvimento de medidas preventivas durante e após a gravidez é um objetivo importante na luta contra a epidemia da diabetes. Mas as dietas de baixo carboidrato podem não ser as ideais para as mulheres grávidas”, concluiu a endocrinologista.