As alterações hormonais alteram a sensibilidade à insulina e o metabolismo da glicose, além de interferirem nos padrões de sono das mulheres. Um novo estudo concluiu que as mulheres com diabetes possuem maior risco de distúrbios do sono. Os resultados do estudo foram, hoje, 14 de agosto, publicados na revista Menopausa, da Sociedade Norte-Americana de Menopausa.
Sabe-se que o estrogénio e a progesterona influenciam a resposta celular à insulina. Como consequência os investigadores consideram possível que as alterações hormonais da transição da menopausa possam causar flutuações nos níveis de açúcar no sangue da mulher, colocando-a em maior risco de diabetes. Estatisticamente, as mulheres de meia-idade têm uma taxa de prevalência mais alta de diabetes tipo 2 durante a transição da menopausa.
As alterações hormonais mostraram afetar a qualidade de sono da mulher. Principalmente devido a suores noturnos e ondas de calor causados pelas alterações hormonais, em que cerca de 42% das mulheres na pré-menopausa e 60% das mulheres na pós-menopausa apresentam distúrbios do sono.
As mulheres com diabetes podem ver agravadas as dificuldades do sono devido à diabetes e aos medicamentos. Isto vai conduzir, entre outros problemas, a micção mais frequente, que leva à interromper o sono várias vezes durante a noite. Ao mesmo tempo, o sono é identificado como um fator-chave para prevenir e controlar a diabetes.
O novo estudo mostrou que o número total de sintomas relacionados ao sono foi significativamente maior nas mulheres com diabetes tipo 2, bem como a gravidade dos problemas do sono. A associação foi demonstrada em quatro grandes grupos raciais / étnicos nos Estados Unidos, e foi particularmente pronunciada em mulheres asiáticas.
“Este estudo sugere piores sintomas relacionados ao sono em mulheres asiáticas pós-menopausa, com diabetes tipo 2, em comparação com as que não sofrem de diabetes”, referiu Stephanie Faubion, diretora da Sociedade Norte-Americana de Menopausa.
No entanto, a especialista concluiu que são necessários mais estudos, dadas as limitações da análise realizada, mas “o sono é um importante determinante de saúde, e as mulheres com um sono sem qualidade devem ser vistas e avaliadas sobre distúrbios do sono, como insónia, apneia obstrutiva do sono e síndrome das pernas inquietas”.