Na década de 2070, as mudanças climáticas globais incluirão provavelmente um forte aquecimento em todo o mundo, sendo a previsão uma subida até 3 graus celsius em relação ao clima do final do século 20, indicou Alan Hamlet, cientista ambiental da Universidade de Notre Dame, EUA.
Para o cientista os impactos globais das mudanças resultarão em danos extremos nos sistemas humanos e naturais em comunidades vulneráveis, sendo necessários esforços de mitigação para controlar os gases de efeito estufa e esforços de adaptação para reduzir os impactos, estas são “prioridades importantes para os governos e comunidades em todo o mundo – agora e no futuro”.
Os cientistas de clima da Universidade de Notre Dame estão entre os milhões pessoas que em todo o mundo estão em casa devido à pandemia de coronavírus. A maioria, se não todos os projetos de investigação atuais de ambiente, estão parados. Durante este período histórico e incerto, e no dia em que se assinala o “Dia Mundial da Terra” os cientistas perguntam: Como será o planeta daqui a 50 anos?
Para Jennifer Tank, diretora da Iniciativa de Mudança Ambiental, a pandemia vai moldar a forma como vemos o mundo avançar, e assim a resposta de Jennifer Tank é dada através de uma nova lente. “Nas últimas semanas, enquanto a atividade global, que antes pensávamos ser imparável, parou! O nosso mundo natural continua a mostrar-nos o que é possível. Vemos evidências de ar mais puro, água mais limpa e os sons da natureza ecoam nos nossos ouvidos com a primavera acontecer, mais uma vez”.
“Em 50 anos espero que tenhamos aprendido a encontrar um equilíbrio mais harmonioso, através do qual os humanos e o mundo natural possam prosperar”.
Para a cientista Tracy Kijewski-Correa “o nosso planeta olhará com gratidão para o conhecimento nascido da grande escuridão deste coronavírus, que aumentará a conscientização sobre os impactos humanos nos ecossistemas e sobre como podem promover novos vírus. Novas modalidades de trabalho e colaboração virtuais, que reduzem o consumo de energia e a poluição, podem ser apenas o começo de um movimento que promova um maior respeito pela natureza, pela fauna e pelo meio ambiente, e permita um equilíbrio mais uniforme entre a vida doméstica e profissional”.
Para Prashant Kamat, especialista em Química e Bioquímica, “as baixas emissões de poluentes na atmosfera durante as recentes paralisações devidas ao coronavírus é um indicador do que nosso planeta poderia ser em 50 anos se adotássemos energia renovável nas viagens, e nas necessidades domésticas e comerciais. Precisamos de encontrar maneiras de minimizar a pegada de carbono adotando rapidamente a energia limpa ou verde”.
Para Gary Lamberti, especialista em ciências biológicas, dentro de 50 anos poderemos viver num planeta mais quente, desprovido de calotas polares e glaciares, com mares a inundar áreas costeiras e uma maior população humana a exigir mais alimentos e recursos naturais de uma terra empobrecida. Os países a lutar por água doce limitada, o recurso mais importante do planeta. No entanto, o respeito pelo nosso planeta frágil pode reverter essas tendências, e os nossos filhos liderarão o caminho para um futuro melhor”.
Para Harindra Joseph Fernando, “a nossa Terra será um planeta mais salubre, com os seus habitantes a perceber, através de eventos imprevisíveis”.
Para Jason McLachlan, especialista em ciências biológicas, “em 50 anos, o nosso planeta estará a recuperar. Os estudantes da Universidade de Notre Dame passarão toda a sua vida adulta a abordar e a ajustar-se às consequências de longo prazo das mudanças ambientais em agora em curso”.