Ainda há quem acredite que quem tem asma não pode praticar exercício físico. No entanto, os doentes com asma podem e devem praticar desporto, seja na forma de aulas de educação física, desportos de lazer ou mesmo de alta competição. A prática de exercício físico é segura, desde que sejam seguidas algumas recomendações sobre a prevenção dos sintomas. Por isso, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, através da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória, vai comemorar o dia Mundial da Asma com atividades físicas para todos os gostos e níveis de preparação física.
A asma é uma das doenças crónicas mais comuns a nível mundial e a mais comum na idade pediátrica, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias de 2016, estima-se que haja em Portugal mais 1 milhão de asmáticos.
A asma é uma doença obstrutiva das vias aéreas que tem por base um processo inflamatório crónico com a consequente limitação do fluxo de ar que respiramos, mas que é potencial e completamente reversível. Infelizmente, a causa não é ainda completamente conhecida. Na sua base estão reações de hiperreatividade perante a exposição a certos estímulos, como por exemplo: o tabaco, a prática de exercício físico, pó, pelos de animais, emoções fortes, condições meteorológicas e outros alergénios ambientais e ocupacionais.
A doença é diferente de pessoa para pessoa, variando durante o dia e também durante o ano, consoante as estações. Um doente com asma refere tipicamente sintomas tais como falta de ar (dispneia), pieira (descrita muitas vezes como ‘gatinhos’), sensação de peso no peito (opressão torácica) e tosse, mais frequentemente seca.
A confirmação da doença implica a realização de exames como a espirometria ou a prova de provocação, mas normalmente o diagnóstico é sugerido por sinais e sintomas característicos, principalmente se estiverem relacionados com algum dos fatores referidos acima. É importante evitar os estímulos associados à origem da inflamação e criar estratégias para se proteger. Cabe ao médico e ao doente delinearem a melhor estratégia para o conseguir.
A asma não tem cura, mas é possível atingir um controlo adequado da doença. A abordagem farmacológica da asma assenta em dois grandes pilares: o tratamento de alívio e o tratamento de controlo. O primeiro serve para controlar as crises de asma, e o segundo, feito a longo prazo, para atingir a estabilidade da inflamação e dos sintomas. O tratamento da asma funciona por degraus, o que significa que deve existir avaliação regular para se poder ajustar a terapêutica.
Para além de chamar a atenção para a relação entre a asma e o desporto, a campanha, sob o mote ‘Corra com a Asma’, tem também como objetivos esclarecer sobre a doença e alertar para os seus principais sintomas e impacto na qualidade de vida, salientar a importância do diagnóstico precoce e do controlo adequado, e lembrar que, se for bem controlada, a asma não representa uma limitação na vida diária.
No dia 7 de maio, no Parque das Nações, junto ao MEO ARENA, em Lisboa, às 9h30, vai ser realizada uma corrida ou caminhada de 4 km, seguida de uma aula de zumba e de yoga. A iniciativa é gratuita, mas sujeita a inscrição através do e-mail pneumologia@eventosbyt.pt para que, no dia do evento, possam levantar o dorsal e saco de participante. Um programa para toda a família que vai pôr a asma a correr.
Artigo de autoria da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.