A igualdade entre mulheres e homens é um dos valores fundamentais da União Europeia consagrado nos Tratados Europeus, indica a declaração que é assinada pelo Primeiro Vice-Presidente Frans Timmermans, a Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Federica Mogherini e por mais doze Comissários, e que aqui transcrevemos.
A União Europeia é pioneira na luta contra a discriminação com base no género e podemos sentir-nos orgulhosos dos progressos alcançados: a Europa é uma das regiões do mundo mais seguras e mais igualitárias para as mulheres.
Mas a nossa ação não pode ficar por aqui – o caminho para uma igualdade plena e efetiva ainda é longo. As mulheres e as raparigas continuam a ser vítimas de assédio, de abusos e de violência. Com salários mais baixos e menos oportunidades de progressão na carreira e de desenvolvimento empresarial, as mulheres continuam a não conseguir quebrar o «teto de vidro».
Queremos que as raparigas e as mulheres alcancem a igualdade em todos os aspetos da vida: acesso à educação, salário igual para trabalho igual, acesso às posições de topo nas empresas e na política e proteção contra a violência.
Promover a liderança e a emancipação económica das mulheres é para nós uma prioridade absoluta. A União Europeia propôs uma nova legislação destinada a melhorar a conciliação entre a vida profissional e a vida privada dos progenitores e prestadores de cuidados que trabalham, bem como um Plano de Ação para colmatar as disparidades salariais entre homens e mulheres; O que pretendemos é que o nosso exemplo seja seguido: em fevereiro de 2018, a percentagem de mulheres que ocupam cargos de chefia na Comissão Europeia chegou aos 36%, ou seja, mais 11% do que em novembro de 2014, data da entrada em funções da atual Comissão. O Presidente Jean-Claude Juncker comprometeu-se a alcançar os 40 % até 31 de outubro de 2019, final do seu mandato.
Ao promovermos a igualdade de género e o empoderamento das mulheres, estamos a defender a mesma coerência em todos os aspetos das nossas políticas, tanto no âmbito da UE como na ação externa. A nossa estratégia contribui para o êxito, à escala mundial, da consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da agenda para as mulheres, a paz e a segurança. Este ano, as Jornadas Europeias do Desenvolvimento centrar-se-ão no papel essencial das mulheres e das raparigas no desenvolvimento sustentável, bem como na sua participação e liderança, em condições de igualdade, em todas as esferas da vida. Além disso, este ano, a UE lidera o «apelo à ação para a proteção contra a violência fundada no género», que reúne 60 países e organizações empenhados em garantir que o problema da violência fundada no género seja abordado nas crises humanitárias.
Através da iniciativa Spotlight, por exemplo, a União Europeia presta assistência a mulheres e raparigas de todo o mundo, migrantes ou deslocadas, que são vítimas de violência ou excluídas da educação, da igualdade de acesso aos serviços de saúde e de planeamento familiar, do mercado de trabalho e da vida política em geral. Existem mais de 15 milhões de raparigas em todo o mundo em idade de frequentar o ensino primário mas que não vão à escola, razão pela qual a UE contribui para melhorar o acesso à educação em África, na América Latina, no Médio Oriente e no Sudeste Asiático.
A igualdade de género não é só uma questão de equidade e de justiça na Europa — é também necessária para se alcançar a paz duradoura, a segurança, o desenvolvimento, a prosperidade económica e o crescimento no mundo.
O investimento no potencial das mulheres e das raparigas é um investimento em toda a sociedade, cuja responsabilidade não incumbe apenas às mulheres e às raparigas mas também aos homens e aos rapazes.