O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu à cerimónia de comemoração do Dia da Restauração da Independência, primeiro de dezembro de 1640, na Praça dos Restauradores, em Lisboa. Na cerimónia estiveram presentes o Primeiro-Ministro, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Don Duarte Pio de Bragança e Dona Isabel de Herédia, entre outras personalidades.
O Presidente da República, no seu discurso, lembrou que Portugal viu há 130 anos um monarca prestar homenagem aos heróis da Restauração naquele monumento, e que “testemunhou depois o gesto fundador do governo provisório da República ao criar o feriado do primeiro de dezembro” e acrescentou: “Feriado que nunca deveria ter sido suspenso”.
O Presidente fez questão de sublinhar que “celebramos e celebraremos sempre, a nossa Pátria e a nossa Independência”, uma “independência politica que tanto deve às nossas Forças Armadas, desde os primórdios da nacionalidade”.
Umas “Forças Armadas que são o penhor dessa nacionalidade e garante do Estado de Direito e que merecem o inequívoco respeito de todos os poderes e cidadãos”, mas também a “independência financeira e económica, que exige rigor, crescimento, emprego e justiça social, e recusa sujeições espúrias, subserviências intoleráveis, minimizações inaceitáveis, quando todos sabemos que as nossas e os nossos compatriotas são cá dentro e lá fora os melhores dos melhores”.
O Presidente, referindo-se à Independência ética, lembrou que a mesma “impõe o respeito pela dignidade da pessoa humana, dos direitos e deveres fundamentais, da isenção, da honestidade, da transparência na vida comunitária e em particular no serviço público ou na gestão do dinheiro público”.
Ao estar ali, naquele local, a comemorar a Restauração da Independência, impõe-se “o compromisso de fazermos um Portugal melhor, melhor na sua vocação ecuménica, de dar mundos ao mundo, de saber aceitar os outros e com eles conviver em todos os continentes. Um Portugal melhor combatendo as injustiças que ainda flagelam a nossa sociedade. Um Portugal melhor não esquecendo aqueles menos novos que lhe devotaram vidas inteiras, mas olhando para os mais novos sabendo criar-lhe condições de futuro”, lembrou o Presidente.
“Futuro, porque hoje celebramos o futuro”, e acrescentou, “mais ainda do que o passado e o presente, chame-se esse futuro universalismo humanitário, quinto império feito de língua e de cultura e de gentes, aliança entre a Europa nosso berço e o mundo nosso destino”.