Investigadores da Universidade da Flórida descobriram que um golfinho-nariz-de-garrafa da Flórida era portador de um vírus da gripe aviária altamente patogénico, (HPAIV).
Em artigo publicado em Communications Biology os investigadores em colaboração com várias agências fazem um dos primeiros relatos de uma lista cada vez maior de mamíferos afetados pelo vírus.
O artigo documenta a descoberta, a primeira descoberta de HPAIV num cetáceo na América do Norte, desde a resposta inicial da equipa de Resgate de Animais Marinhos da Universidade da Flórida a um relato de um golfinho em dificuldades no condado de Dixie, Flórida, até a subsequente identificação do vírus no cérebro e amostras de tecido obtidas em um exame post mortem.
Análises inicialmente realizadas no laboratório de diagnóstico de medicina zoológica da Universidade da Flórida descartaram a presença de outros agentes potenciais envolvidos na doença dos golfinhos, com o Laboratório de Diagnóstico de Doenças Animais Bronson em Kissimmee, Flórida, verificando a presença do HPAIV no pulmão e no cérebro.
Os resultados foram confirmados pelo Laboratório Nacional de Serviços Veterinários em Ames, Iowa, que caracterizou o subtipo e o patótipo do vírus. O vírus foi confirmado como sendo o vírus HPAI A (H5N1) do clade HA 2.3.4.4b. A análise tecidual subsequente foi realizada no laboratório de Nível de Biossegurança 3 do St. Jude Children’s Research Hospital, em Memphis.
Allison Murawski, da Universidade da Flórida, primeira autora do estudo, desenvolveu um relato de caso sobre o golfinho como parte de seu projeto de investigação. Viajou para Memphis e trabalhou em estreita colaboração com Richard Webby, que dirige o Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para Estudos sobre a Ecologia da Gripe em Animais e Aves.
O laboratório de Webby investiga casos de gripe aviária em muitas espécies e foi fundamental para determinar onde o vírus pode ter origem, quais características ou mutações únicas de RNA estavam presentes que poderiam sugerir a capacidade de infetar outros mamíferos e como o vírus poderia ser seguido a partir desta fonte.
Os investigadores sequenciaram os genomas das aves locais e analisaram os vírus isolados das populações de focas do Nordeste.
“Ainda não sabemos onde o golfinho foi infetado com o vírus e é necessária mais investigação”, disse Richard Webby.