Identificado um novo composto farmacêutico que mata, com sucesso, células cancerígenas de leucemia e linfoma. Uma descoberta que abre um potencial caminho para novas formas de terapia.
Renato Aguilera, investigador principal do estudo, na Universidade do Texas em El Paso, EUA, que identificou o composto promissor, denominado tiofeno F-8, referiu: “O principal objetivo da minha investigação é descobrir novos medicamentos anti cancro que possam, eventualmente, tratar tipos distintos de cancro”. As descobertas já foram publicadas na revista de investigação PLOS One.
A leucemia é um cancro das células sanguíneas, enquanto o linfoma é um cancro do sistema imunológico. Como parte da investigação sobre o potencial tratamento destes cancros, a equipa de investigadores, liderada por Renato Aguilera, examinou compostos de medicamentos para determinar o seu impacto em vários tipos de células cancerígenas. As empresas farmacêuticas geram milhões de compostos e a sua gama completa de utilizações é muitas vezes pouco clara ou desconhecida, indicou o investigador. Algumas dessas empresas vendem os compostos gerados como bibliotecas químicas, que investigadores podem estudar para determinar o efeito preciso dos compostos nas células humanas.
“A parte mais difícil deste tipo de investigação é descobrir o que exatamente um medicamento faz”, referiu Renato Aguilera.
Como parte do projeto, a equipa da Universidade do Texas testou 1.300 compostos diferentes em culturas de células cancerígenas humanas. O tiofeno F-8 foi muito bem-sucedido na indução da morte celular programada nas células de leucemia e linfoma, essencialmente enviando uma mensagem às células, fazendo com que elas se matassem e inibindo o crescimento de novas células cancerígenas.
Mia Swain, que conduziu investigações sobre o tiofeno F-8 referiu: “Participar de uma descoberta tão inovadora foi verdadeiramente gratificante”, pois “o potencial do composto pode funcionar em conjunto com as terapias existentes e mudar a vida dos pacientes com leucemia ou linfoma.”
Assim, se o medicamento for bem-sucedido em mais testes, referiu Renato Aguilera, as empresas farmacêuticas poderão um dia lançar estudos clínicos para determinar o efeito do composto nos pacientes.