O fumo do tabaco contém mais de 7000 produtos químicos que combinados predispõem tanto os fumadores ativos de tabaco como os fumadores passivos para a formação de aterosclerose ou estreitamento das artérias. Este estreitamento acaba por dificultar a correta passagem de sangue para o coração, o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes às células do músculo cardíaco.
A doença coronária pode manifestar-se por uma dor torácica passageira (sensação de aperto, queimadura ou opressão no peito, por baixo do esterno), denominada de angina de peito, ou por uma situação mais grave, o enfarte de miocárdio. No caso do enfarte, os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação para o braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade.
Os riscos cardiovasculares atribuíveis ao tabagismo aumentam com a quantidade de cigarros que uma pessoa fuma assim como o número de anos em que já é fumadora. Na verdade, fumar apenas um cigarro por dia implica um acréscimo de risco de desenvolvimento de doença coronária.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde o tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública, matando mais de 7 milhões de pessoas por ano. Mais de 6 milhões dessas mortes são o resultado do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 890.000 são o resultado de estar exposto ao fumo passivo. Estima-se que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo contribuem para aproximadamente 12% de todas as mortes por doenças cardíacas.
Para evitar a doença coronária é importar adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.
Artigo de Opinião: João Brum Silveira, médico, Presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular
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