A agência DBRS indicou hoje, 21 de abril, que mantém a notação ‘BBB’ da dívida pública portuguesa a longo prazo, ou seja, com o grau de investimento, sendo mantida a perspetiva estável, reconhecendo que tem havido uma evolução positiva.
Para o Ministério das Finanças (MF) a decisão da Agência DBRS “reflete os legados da crise, em particular no endividamento e nos créditos em risco, desafios sobre os quais o Governo tem atuado, bem como o facto de Portugal ter excedido as expetativas do mercado no que toca ao crescimento económico, à consolidação orçamental e à estabilização do setor financeiro.”
Na perspetiva do MF “o progresso estrutural no desempenho da economia e no equilíbrio das contas públicas são prova de que Portugal tem hoje condições sólidas para crescer de forma sustentável.”
Nesta avaliação da DBRS foi tida em conta que houve uma diminuição do desemprego para níveis e 2009 e a geração de emprego evoluiu a um ritmo que é o dobro do ritmo europeu. A aceleração do ritmo crescimento económico, que foi de 2% no último trimestre de 2016, está a permitir a convergência com os parceiros europeus, algo que não acontecia desde 2010.
Portugal tem evoluído nas exportações mesmo com valores mais baixos em 2016 do que em 2015 no entanto as exportações representam hoje mais de 40% do PIB, e o excedente externo tem vindo a consolidar-se.
O MF lembra que “o défice das contas públicas caiu para 2% em 2016, o nível mais baixo da história democrática Portuguesa.”
O reconhecimento pela Agência de rating canadiana “dos bons resultados económicos e financeiros serve de âncora à classificação de Portugal com o grau de investimento, o que é refletido nas análises de crédito mais construtivas.”
A Agência de rating também faz referência que “o défice orçamental global de 2016 situou-se muito abaixo do objetivo fixado pela Comissão Europeia, demonstrando o compromisso do governo de respeitar as regras orçamentais da UE. No entanto, a melhoria do défice estrutural foi mais limitada.”
A DBRS indica que “as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública também aumentaram nos últimos meses, mas os custos de empréstimos continuam a ser geríveis e atenuados por um perfil de dívida favorável.”
“Apesar dos rendimentos mais elevados, a dinâmica da dívida pública é atualmente suportada por um excedente orçamental primário mais elevado e pelo crescimento económico continuado. A tendência também reflete os esforços em curso para resolver as vulnerabilidades remanescentes no setor bancário”, refere a DBRS, em comunicado.