A Bienal da Máscara – Mascararte, em Bragança, conta nesta 9ª edição com as cores, os ritmos e o calor da cultura Makonde, de Moçambique, que se juntam aos rituais de inverno Ibéricos, de 28 de novembro a 5 de dezembro. Um evento único de valorização do património imaterial.
Do norte de Moçambique, em particular do planalto de Mueda, um grupo étnico que se dedica, sobretudo, à agricultura e à escultura em madeira, e reconhecido por ter resistido às investidas de outros povos africanos, árabes e traficantes de escravos, possui uma riqueza de cultura em que as mascaras são uma das expressões.
A paixão pela vida deste povo de Moçambique “é talhada nas afamadas máscaras Makonde, elemento central de rituais, como o “Mapiko” (uma dança enérgica, cheia de força e expressividade acompanhada ao som de cânticos e tambores, executada nas principais festas e cerimónias do povo e, sobretudo, nos ritos de iniciação dos jovens -homens e mulheres)”. É esta cultura que é homenageada na edição deste ano da Mascararte.
A iniciativa decorre ao longo de quatro dias, com um programa que conta com exposições em vários locais, como: o Centro Cultural Municipal Adriano Moreira; o Centro de Fotografia Georges Dussaud e o Museu Abade de Baçal.
Para além da festa há também momentos de reflexão e de debate, como a apresentação do “Catálogo da VIII Bienal da Máscara – Mascararte 2017” e as conferências “Máscaras e Rituais de Inverno na Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica – Perspetivas e oportunidades” e “Shipito – Exame Final”, bem como a homenagem à máscara, através da dança, com o espetáculo “Inverno”. Uma coprodução do Teatro Municipal de Bragança e a Companhia de Dança de Almada.
A festa da máscara é também para os mais pequenos e as famílias que no dia 30 de novembro, podem participar na sessão de contos “Palavras mágicas de Moçambique” e no workshop “Elaboração de Máscaras”.
Pelas ruas do Centro Histórico de Bragança, em direção ao Castelo de Bragança, onde vai decorrer a Queima do Mascareto, sob o tema “Reencarnação do Diabo, da Morte e da Censura no deus Brahma”, o grande desfile vai animar toda a cidade, bem como o concerto de Sebastião Antunes & Quadrilha.
A IX Bienal da Máscara – Mascararte termina com a inauguração da exposição “Gaitas de Fole do Noroeste da Península Ibérica”, de Pablo Carpintero, e com um concerto pedagógico dinamizado pelo etnógrafo espanhol, que estuda a música tradicional da Península Ibérica.
No Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, durante o evento, é possível conhecer, ao pormenor, o trabalho artístico de vários artesãos. Uma demonstração da valorização da preservação da máscara.
A IX Bienal da Máscara – Mascararte é organizada pelo Município de Bragança, e tem o apoio da Academia Ibérica da Máscara, Instituto Politécnico de Bragança, Museu Abade de Baçal, Agrupamentos de Escolas, Instituições e associações de grupos de Caretos do concelho de Bragança, e da Embaixada de Moçambique em Portugal.