Durante a sessão de abertura da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em Lisboa, as intervenções dos líderes mundiais apontaram para uma situação atual dos Oceanos que indica que cuidar da saúde dos oceanos é já uma emergência global.
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, alertou que todos fomos considerando que os oceanos estavam garantidos e por isso “agora vivemos numa emergência oceânica”, com largas implicações nas mudanças climáticas, na perda de biodiversidade, na poluição e na segurança alimentar mundial.
O líder das Nações Unidas deu uma direção a tomar: “Devemos virar a maré. Um oceano saudável e produtivo é vital para nosso futuro compartilhado”, pois “não podemos ter um planeta saudável, sem um oceano saudável”.
Na conferência os diversos oradores colocaram a enfase numa ação oceânica concreta que seja impulsionada pela ciência, pela tecnologia e pela inovação. E tal como no resultado de uma pandemia, de uma guerra ou de uma crise também estão presentes os “cuidados de saúde, recursos económicos, energia, mobilidade, migrações, desenvolvimento científico e tecnológico, mudanças climáticas” indicou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso de abertura.
No entanto, o Presidente acrescentou que deve ser recuperado tempo e dar hipótese “à esperança, mais uma vez, antes que seja tarde demais”, pois como frisou: “Os oceanos são centrais no equilíbrio geopolítico de poder”.
As Nações Unidas têm vindo a apoiar os diversos esforços para contrariar “o ciclo de declínio na saúde dos oceanos”, referiu Uhuru Kenyatt, Presidente do Quénia, no início da Conferência, e acrescentou que as Nações Unidas devem reunir todas as partes interessadas, de todo o mundo, nos oceanos, e garantir que a ciência dos oceanos possa apoiar os países na criação melhores condições para um desenvolvimento sustentável.