Alguns cremes para a pele, quando secos nas roupas, podem criar uma combinação altamente inflamável que podem causar queimaduras graves e mesmo a morte, alertou a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde inglesa (MHRA sigla em inglês). Estudos mostram que o risco aumenta, mesmo que os cremes não contenham parafina.
A MHRA em parceria com outras entidades ligadas ao segurança contra incêndios do Reino-Unido lançaram uma nova campanha para aumentar a conscientização sobre o risco de incêndio e as precauções que as pessoas devem tomar quando usam cremes para a pele.
Os cremes hidratantes para a pele são usados por milhares de pessoas todos os dias para gerir os distúrbios da pele seca. Estes cremes são facilmente transferidos da pele para as roupas e para as roupas de cama. Quando o tecido com creme seco entra em contacto com uma chama, o fogo resultante queima rápida e intensamente a roupa e pode causar queimaduras graves nas pessoas e mesmo a morte.
O risco aumenta a cada aplicação do creme, que a seguir é transferido para a roupa onde se acumula e seca. Algum creme permanece nas roupas mesmo depois de lavadas, por isso a MHRA considera ser importante minimizar o risco de outras maneiras, como não cozinhar, operar lareiras ou usar um isqueiro, com roupas de mangas cumpridas ou folgadas.
Os cremes hidratantes são vitais para ajudar a gerir as condições de saúde de pele seca. Os cremes por si, sozinhos, não são inflamáveis, nem são inflamáveis quando estão no corpo.
Os profissionais de saúde devem continuar a recomendá-los para as doenças crónicas da pele seca e as pessoas que os usam devem continuar a seguir as instruções, mantendo-se o alerta ao risco de incêndio quando secos nos tecidos, indicou a Agência inglesa.
No Reino Unido, desde 2010, mais de 50 mortes e queimaduras graves foram associadas ao uso de cremes hidratantes. Uma análise mostrou que as pessoas em maior risco são as de mais de 60 anos, fumadores e de mobilidade reduzida. O MHRA recomenda que qualquer pessoa deste grupo de alto risco, ou os seus cuidadores, devem ter cuidado quando estiverem perto de chamas ou fontes potenciais de ignição, como o acender um cigarro.
Sarah Branch, diretora da Divisão de Vigilância e Gestão de Riscos de Medicamentos da MHRA, referiu, citada em comunicado do Governo londrino, que “é necessário garantir que aqueles que estão em maior risco e os seus cuidadores entendam o risco de incêndio associado ao acumular de resíduos nas roupas de e nas roupas de cama e tomem medidas para minimizar o risco”.