Normalmente os Governos dos Estados-Membros apontam o dedo às estruturas da União Europeia (UE) quando surge qualquer dificuldade na resolução de alguns problemas. É exemplo o caso, muito divulgado sobre a dificuldade de entendimento nos apoios de financiamento devido à pandemia de coronavírus, mas nada referem sobre as ações positivas que a UE tem desenvolvido.
É também frequente os Governos divulgarem ações positivas assumindo-as como suas e não como resultado da União Europeia no seu todo. A União Europeia é vista muitas vezes como um entrave e não como uma vantagem na resolução de problemas.
É sobre esta falta de informação que os vice-presidentes do Parlamento Europeu (PE), Othmar Karas e Katarina Barley, para a área da comunicação, apelam aos Estados-Membros para que informem o público sobre a ação e a solidariedade da União Europeia no combate ao coronavírus.
Após dois meses de esforços da UE para dar uma resposta coordenada à COVID-19, “a informação e a comunicação são cruciais para enfrentar a atual crise sanitária e económica provocada pela pandemia de coronavírus”, afirmaram Othmar Karas e Katarina Barley.
“Em primeiro lugar, é essencial que todas as autoridades nacionais mantenham mensagens claras e coerentes para o público sobre as medidas necessárias para conter a propagação do vírus, especialmente quando consideram o desconfinamento, e que isto seja feito de forma coordenada na UE”, referiu Othmar Karas.
“É igualmente importante, para mantermos a unidade e a solidariedade, que as autoridades nacionais também comuniquem as ações conjuntas da UE para ajudar os Estados-Membros a dar resposta à crise, a fim de combater a desinformação”, referiu o vice-presidente do PE.
Para o eurodeputado “as conferências de imprensa e os vídeos com as atualizações feitas pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, especialmente quando se realizam no Parlamento Europeu, devem ser difundidas nos Estados-Membros. A informação gera consciência”.
Por sua vez, Katarina Barley lembrou que, “no final de contas, as iniciativas tomadas a nível da UE são aprovadas não só pelos deputados ao Parlamento Europeu, provenientes de todos os Estados-Membros, mas também pelos ministros de todos os governos nacionais. Todos nós desempenhamos um papel na tomada de decisões e todos temos interesse no resultado das mesmas”.
A vice-presidente do PE considera que “isto é importante para a responsabilização, transparência, democracia e confiança nas nossas estruturas de governação. Muitos aspetos da atual crise exigem uma abordagem comum e recursos comuns”, como sejam:
■ um acordo para manter as fronteiras abertas para o fornecimento de equipamento médico vital e produtos alimentares;
■ o apoio às empresas, ao emprego e aos consumidores;
■ fundos para promover a investigação de vacinas viáveis;
■ regras comuns para a indústria da aviação;
■ medidas de apoio aos setores da agricultura e do turismo;
■ assistência aos nossos vizinhos mais próximos e aos nossos parceiros de países terceiros.
Othmar Karas sublinhou que “a UE e o BCE mobilizaram em conjunto centenas de milhares de milhões de euros para apoiar as finanças nacionais e a economia, o que só é possível devido à idoneidade creditícia da UE e ao grande efeito de alavanca que esta tem quando atua em conjunto”.
“No entanto, uma grande parte deste esforço não é relatada. Pior, as campanhas de desinformação estão a ganhar terreno e a alimentar o público de notícias falsas. Isto prejudica os verdadeiros esforços de apoio recíproco nestes tempos muito difíceis e incertos”, concluiu Katarina Barley.