Uma nova variante do Coronavírus SARS-CoV-2, a Arcturus, oficialmente denominada por XBB.1.6, está a preocupar os epidemiologista, depois de ter provocado um aumento de casos na Índia. Nos EUA já representa, em alguns Estados, mais de 21,3% de todos os casos de COVID-19.
A epidemiologista da Universidade de Tulane, Susan Hassig, prevê que os EUA e os estados do sul, em particular, possam enfrentar um verão “problemático”, e que “à medida que esta variante assume o controlo, e sem dúvida o fará, como todas as variantes mais transmissíveis, atingirá o pico nos meses, junho, julho.”
Sintomas
Pouco se sabe, até agora, sobre Arcturus, além de ser outra variante altamente transmissível. Há relatos de conjuntivite associada a casos positivos, “alguns com comichão e olhos pegajosos” mas também os mesmos sintomas de outras variantes com febre, falta de ar e tosse.
“Não é incomum que, à medida que os organismos sofrem mutações, eles apresentem alguma sintomatologia ligeiramente diferente, mas o desafio é que há muitas coisas que causam conjuntivite”, alerta a epidemiologista. “O pólen de carvalho e as alergias podem resultar em olhos vermelhos e com comichão. Um grande número de organismos bacterianos, muitos comuns na Índia, também estão associados à conjuntivite. Mas um novo sintoma não seria tão surpreendente. Essas coisas levam muito tempo para serem avaliadas e totalmente compreendidas.”
Alerta para aumento de proteção
Com os testes à infeção muito reduzidos e as taxas de vacinas em baixa, a epidemiologista considera que é importante que as pessoas tomem os protocolos de segurança nas suas próprias mãos para evitar infetar outras pessoas, principalmente as imunocomprometidos ou com condições pré-existentes de saúde.
Estudos de laboratório mostram que Arcturus aumentou a infecciosidade, bem como possui um potencial aumento da patogenicidade.
“Use máscaras dentro de casa, faça testes rápidos antes de ver um familiar mais velho”, referiu Susan Hassig, que acrescentou que continuam a morrer muitos centenas de milhares de pessoas por ano devido a uma doença totalmente evitável, e por isso “não coloque as pessoas em risco pelas suas próprias ações”.
Na Rússia, como noticiado pela agência Tass, também há casos relatados da nova variante do coronavírus, no entanto com indicação de que a infeção pela nova variante ocorre numa forma leve.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que está monitorar a Arcturus, que foi detetada, pela primeira vez, no final de janeiro, e que é uma recombinante de dois descendentes da variante Omicron. Uma subvariante tem uma mutação adicional na proteína spike.