Na véspera da reunião do G7, em Itália, dia 13 de junho, Martin Griffiths, Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, da Organização das Nações Unidas, declarou que “os conflitos no Sudão, em Gaza e noutros locais estão fora de controlo. A guerra está a levar milhões de pessoas à beira da fome. Apenas aspetos técnicos impedem que a fome seja declarada, pois as pessoas já estão a morrer de fome.”
Martin Griffiths referiu: “A fome no século XXI é um flagelo evitável” e “os líderes do G7 podem e devem exercer a sua influência para ajudar a pôr fim a esta situação”. Está no poder dos líderes mundiais reunidos em Itália agir antes de sermos arrastados para uma declaração oficial de fome, pois “seria uma sentença de morte para centenas de milhares de pessoas e um ultraje moral.”
O Coordenador Humanitário da ONU lembrou: “O conflito está a alimentar a fome em muitos cantos do mundo – do Mali a Myanmar – mas em nenhum lugar a escolha entre a inação e o esquecimento é tão clara como em Gaza e no Sudão”.
“Em Gaza, espera-se que metade da população – mais de um milhão de pessoas – enfrente a morte e a fome até meados de julho”, e “no Sudão, pelo menos 5 milhões de pessoas também estão à beira da fome.”
“Em Gaza como no Sudão, os combates intensos, as restrições inaceitáveis e o escasso financiamento estão a impedir que os trabalhadores humanitários forneçam alimentos, água, sementes, cuidados de saúde e outros tipos de assistência vital em qualquer escala próxima da necessária para evitar a fome em massa. Isto tem de mudar – não podemos perder nem um minuto”, referiu Martin Griffiths.
Em face da situação “os países do G7 devem mobilizar imediatamente a sua influência política substancial e os seus recursos financeiros para que as organizações de ajuda humanitária possam chegar a todas as pessoas necessitadas. Temos hoje de transferir grandes quantidades de assistência humanitária através das fronteiras e das linhas de batalha – e mobilizar fundos consideráveis para manter a resposta amanhã”, declarou o Coordenador Humanitário da ONU.
Martin Griffiths acrescentou: “Mas, mais do que tudo, o mundo tem de parar de alimentar as máquinas de guerra que matam de fome os civis de Gaza e do Sudão. Em vez disso, é tempo de dar prioridade à diplomacia que devolverá às pessoas o seu futuro”.