As obras no Convento dos Capuchos vão entrar numa nova fase com várias intervenções de grande dimensão, em simultâneo, nomeadamente, a recuperação das coberturas e das infraestruturas exteriores. Até ao momento, foram executados trabalhos em áreas circunscritas que se apresentavam em pior estado de conservação e o espaço manteve-se aberto à visita, de acordo com a política “Aberto para Obras” da Parques de Sintra, que permite que os visitantes presenciem de perto as ações de salvaguarda e de valorização em curso.
Agora, dadas as características arquitetónicas do Convento dos Capuchos, algumas das obras que vão decorrer até à primavera de 2020 são incompatíveis com a abertura deste monumento ao público nas necessárias condições de segurança e de qualidade da experiência de visita, pelo que o Convento dos Capuchos é encerrado a visitas a partir de 18 de novembro, estando prevista a reabertura a partir de 1 de junho de 2020.
Após a conclusão desta fase de obras, as visitas deverão ser retomadas e as ações de intervenção vão continuar a permitir a política “Aberto para Obras”, sempre que não coloquem em causa a segurança dos visitantes ou dos trabalhadores. A aplicação deste conceito, que a Parques de Sintra considera de caráter pedagógico, possibilita o diálogo entre os visitantes e os técnicos envolvidos, ao mesmo tempo que promove a compreensão das exigências inerentes à conservação do património e do investimento humano e financeiro necessário para a concretizar.
O projeto global de conservação, restauro e requalificação do Convento dos Capuchos, em curso, foi iniciado em 2013, e incide na recuperação do conjunto edificado, de todos os elementos construídos e decorativos e aposta na experiência da visita, dotando o conjunto monumental de novas valências.
As novas valências vão ser instaladas em construções existentes, nomeadamente, na Casa da Horta, que terá, entre outras funções, a de apoio ao serviço educativo, e no Celeiro, onde ficará instalado o núcleo museológico no qual permanecerão em exposição as peças encontradas nas campanhas arqueológicas realizadas no local, bem como as do acervo, que até agora estavam em reserva.
Paralelamente, a Parques de Sintra vai levar a cabo a valorização do enquadramento paisagístico e a beneficiação das infraestruturas – que inclui a instalação de iluminação de orientação nos caminhos – de redes de águas, de esgotos, de energia e de comunicações e a melhoria do parque de estacionamento. Está também contemplada a construção de um novo Centro de Apoio ao Visitante, que vai incluir bilheteira, loja e instalações sanitárias e que visa proporcionar um melhor acolhimento a todos os visitantes. Este edifício será, assumidamente, uma construção contemporânea, mas vai incorporar elementos que lhe permitem a adequada integração na paisagem envolvente, nomeadamente, a cortiça, utilizada no revestimento exterior, o granito e os tons cinza.
A Parques de Sintra indicou que até ao final do ano 2020, serão desenvolvidas várias intervenções, nomeadamente:
■ a recuperação das coberturas, conservação e restauro da Cela do Guardião e execução das infraestruturas interiores do Convento;
■ a conservação e restauro do Terreiro da Fonte, da Capela do Senhor no Horto, do Forno do Pão, da Casa de Fresco, do Tanque das Hortas e da Olaria;
■ a beneficiação das infraestruturas exteriores: rede de caminhos e parque de estacionamento;
■ a implementação de um núcleo museológico no Celeiro;
■ a demolição do edifício do antigo Centro de Apoio ao Visitante e a renaturalização da área correspondente;
■ a execução do novo Centro de Apoio ao Visitante;
■ a conservação e restauro dos revestimentos do Convento, do património integrado e móvel, das ermidas do Ecce Homo e do Senhor Crucificado, de muros e dos restantes elementos exteriores.
Na sua globalidade, o projeto prevê um investimento de cerca de 4 milhões de euros. Para o desenvolvimento deste complexo trabalho, a Parques de Sintra indicou que foi constituída uma equipa multidisciplinar que definiu uma estratégia global de intervenção, estabelecendo um conjunto de princípios. Estes foram determinantes para a ponderação das múltiplas soluções possíveis, tendo todas as opções sido objeto de uma extensa discussão multidisciplinar, que permitiu encontrar soluções de compromisso entre a estabilidade e a segurança das estruturas, em que a preservação da identidade histórica e material deste património prevaleceu sempre.