O mais recente Eurobarómetro, divulgado dia 17 de abril, revela uma tendência positiva crescente dos cidadãos da União Europeia (UE) votarem nas eleições europeias, agendadas para 6 a 9 de junho.
Atualmente, 60% dos cidadãos da UE dizem estar interessados em votar nas eleições europeias de junho, o que representa mais 3% em comparação com o estudo anterior e mais 11% em comparação com o mesmo período em 2019.
Os resultados do inquérito sugerem ainda que os cidadãos da UE estão muito conscientes da importância das próximas eleições europeias tendo em conta o atual contexto geopolítico, sendo 81% dos inquiridos concordam que é um fator que torna o voto ainda mais importante. Portugal chega aos 90%.
Portugueses e as eleições europeias
Mais de oito em cada dez portugueses, ou seja, 81% considera que Portugal tem uma voz na UE e, quando questionados sobre as eleições, 46% dos inquiridos consideram o exercício do voto muito importante, 51% dizem ter interesse e 57% respondem que é provável exercê-lo. Um valor ainda abaixo da média europeia que é de 71%.
O inquérito mostra que 71% dos portugueses não têm conhecimento exato da data em que se realiza as eleições europeias, desconhecendo que são a 9 de junho.
“Os cidadãos europeus têm consciência do que está em causa nesta ida às urnas e que o voto se torna cada vez mais importante no atual contexto geopolítico. Faço um apelo aos nossos cidadãos: usem o vosso voto nas próximas Eleições Europeias, de forma a reforçar a democracia europeia e moldar o futuro da Europa”, referiu a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, citada em comunicado do Parlamento Europeu.
O estudo conclui que nove em cada dez portugueses, ou seja, 90% tem uma imagem positiva ou neutra do Parlamento Europeu, um valor superior à média europeia que é de 81%. De acordo com o inquérito, mais de seis em cada dez, 67 % dos portugueses gostaria que o Parlamento desempenhasse um papel mais importante. A maioria dos cidadãos da UE, 56 % partilha da mesma opinião. Apenas 15% dos portugueses ficariam satisfeitos se o Parlamento Europeu mantivesse o papel que desempenha atualmente, sendo 10% no caso de todos os europeus.
“Nos últimos anos, o Parlamento Europeu e a União Europeia apresentaram resultados sem precedentes. Vimo-nos confrontados com circunstâncias desafiantes e excecionais, das quais saímos ainda mais fortes. O Parlamento Europeu tem sido, e continuará a ser, a voz e o defensor dos cidadãos da UE”, acrescentou Roberta Metsola.
Os interesses dos europeus
A economia e criação de empregos deveriam ser questões a ser debatida durante a campanha eleitoral, indicaram 55% dos portugueses – uma preocupação acima da média europeia que é de 31%.
Entre as prioridades dos eleitores portugueses estão ainda a luta contra a pobreza e a exclusão social com 52% e o apoio à saúde pública com 48% – à semelhança da maioria dos europeus, que colocam a luta contra a pobreza e a exclusão social em 33% e a saúde pública em 32% como principais preocupações a ser debatidas.
Também a defesa e a segurança da UE surgem no topo das prioridades: quarto lugar tanto para a média portuguesa, com 25%, como para a média europeia com 31%. A defesa e a segurança da UE são atualmente mencionadas como primeiras prioridades da campanha eleitoral em nove países, com resultados mais elevados na Dinamarca com 56%, Finlândia com 55% e na Lituânia com 53%.
Quanto ao futuro da União, o reforço da defesa e da segurança é prioritário para 37% dos europeus, para reforçar a posição da UE a nível mundial. Trinta e oito por cento dos portugueses concordam. Na lista das prioridades dos cidadãos da UE seguem-se as questões energéticas e a segurança alimentar/agricultura, ambas com 30%. Em Portugal, os cidadãos consideram que, para além das questões energéticas e da segurança alimentar, com 36%, a UE deve priorizar a competitividade, a economia e a indústria, com 32%.
Impacto da UE na vida do dia-a-dia dos cidadãos
Quatro em cada dez europeus consideram que o papel da UE se tornou mais importante nos últimos anos. A maioria dos cidadãos suecos com 67%, portugueses com 63% e dinamarqueses com 60%. Em contrapartida, apenas 32% dos cidadãos da Eslovénia e 30% da Chéquia expressam uma opinião contrária, apontando para um papel da União Europeia menos importante.
A grande maioria dos portugueses com 82%, mais do que a média europeia de 73% acredita que as ações da União Europeia têm um impacto na sua vida quotidiana, sendo que 19% consideram que tem “muito” impacto. Além disso, quase nove em cada dez dos cidadãos portugueses, ou seja, 88% concordam que, em termos gerais, Portugal beneficiou com a adesão à UE – um nível de satisfação acima da média europeia, que é de 71%.