Depois de quase um ano de bombardeamentos contínuos e intervenção terrestre na Faixa de Gaza pelas forças militares israelitas verifica-se uma contaminação generalizada por artefactos explosivos.
Não são conhecidos números que nos permita conhecer com algum rigor a quantidade de vítimas relacionadas com os artefactos explosivos. No entanto, foram relatados pelos intervenientes humanitários no local, casos de pessoas que morreram devido à explosão de artefactos militares.
Um exemplo deu-se a 3 de setembro, em que uma menina palestiniana foi gravemente ferida pela explosão de um artefacto explosivo no sudoeste de Khan Younis e que sucumbiu aos ferimentos a 4 de setembro.
As crianças enfrentam um risco acrescido de serem expostas a um artefacto explosivo, pois geralmente brincam ao ar livre, tendem a procurar restos entre lixo e entulho e não têm consciência dos perigos dos artefactos explosivos.
Apesar dos esforços contínuos dos parceiros humanitários para conduzir campanhas presenciais e digitais de Educação sobre Risco de Artefactos Explosivos, material educacional, bem como equipamento de Descarte de Artefactos Explosivos de padrão mínimo, são impedidos de entrar em Gaza pelas autoridades israelitas, limitando, portanto, a capacidade de resposta à ação contra minas.
Além disso, de acordo com o sistema de monitoramento do Cluster de Proteção, a ação contra minas continua a ser uma das necessidades mais críticas para atividades de emergência que salvam vidas.
Num trabalho de investigação conduzido pelo Cluster de Proteção que cobriu os meses de julho e agosto de 2024, concluiu que 89% dos palestinianos não recebeu material de conscientização sobre artefactos explosivos e 72% não sabiam onde relatar a descoberta de um artefacto explosivo ou um incidente em que alguém tenha sido afetado.
Apesar dos esforços contínuos do Cluster de Proteção para aumentar a conscientização, a falta de material e várias ordens de evacuação emitidas por Israel forçaram-no a suspender temporariamente as sessões presenciais de educação sobre artefactos explosivos após as ordens de evacuação em Deir al Balah e Khan Younis.
Assim, as restrições aos parceiros humanitários para auxiliar em programas relacionados a ações contra minas aumentarão o risco para a vida dos palestinianos, com risco acrescido para as crianças.