O sistema Galileo oferece serviços de geolocalização e cronometria a cerca de 400 milhões de utilizadores desde dezembro de 2016, e com este o novo lançamento de quatro satélites a partir da Guina Francesa, a constelação Galileo dá mais um passo importante para a sua conclusão em 2020, altura em que o Galileo irá atingir a plena capacidade operacional.
Quando a constelação Galileo estiver completa a precisão do ‘sistema GPS europeu’ será 20 cm, tornando-o no sistema de navegação por satélite mais preciso do mundo.
A tecnologia, os dados e os serviços do espaço tornaram-se indispensáveis à nossa vida quotidiana, quer se trate de buscas e salvamentos, automóveis conectados, relógios inteligentes, agricultura ou navegação aérea. A indústria espacial europeia continua a fortalecer-se e a tornar-se competitiva, criando postos de trabalho e oportunidades de negócio.
A Comissão Europeia pretende, no quadro do próximo orçamento plurianual da UE para o período 2021 a 2027, o agrupamento de todas as atividades espaciais sob a égide de um único “Programa Espacial da UE”, a ser dotado de 16 mil milhões de euros.
Maroš Šefčovič, Vice-Presidente da Comissão Europeia, referiu: “É mais uma etapa vencida no caminho para a plena capacidade operacional do Galileo em 2020! O espaço está a tornar-se numa nova fronteira económica, pois está intimamente ligado a um número crescente de setores e a obrigá-los a uma profunda modernização. Com efeito, 10 % do PIB da UE depende de serviços relacionados com o espaço. Precisamos, por conseguinte, de fazer com que a Europa obtenha a liderança mundial e a autonomia estratégica.”
Para Elżbieta Bieńkowska, Comissária Europeia responsável pelo Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME, “a Europa tornou-se uma verdadeira potência espacial”. A Comissária acrescentou: “Desde o início do mandato eu tinha metas claras: desenvolver a infraestrutura dentro dos prazos e do orçamento, oferecer os primeiros serviços e assegurar uma penetração rápida no mercado. Hoje podemos afirmar que conseguimos. Mas o trabalho e o investimento prosseguirão no quadro do novo programa espacial da UE.”
Atualmente, o sistema Galileo oferece três tipos de serviços baseados na navegação por satélite:
• Serviço aberto Galileo: um serviço gratuito de geolocalização, navegação e cronometria. O serviço de cronometria é cada vez mais robusto, preciso e rápido (da ordem de nanossegundos) em comparação com outros sistemas de geolocalização. Permite ao sistema eCall, que é obrigatório em todos os veículos automóveis novos na UE desde 31 de março de 2018, comunicar a localização do veículo aos serviços de emergência.
• Serviço de busca e salvamento Galileo (SAR): localização dos sinais de socorro de uma baliza compatível. Com o início dos serviços iniciais do Galileo em dezembro de 2016, o tempo necessário para detetar uma pessoa perdida no mar ou nas montanhas foi reduzido de 4 horas para cerca de 10 minutos após a ativação de uma radiobaliza de perigo. A precisão da localização melhorou de 10 km sem o Galileo para menos de 2 km com o Galileo. Além disso, a partir do próximo ano, o serviço enviará um aviso a informar a pessoa em perigo de que o sinal de perigo foi captado e localizado.
• Serviço público regulado Galileo (PRS): serviço criptado reservado às autoridades públicas para utilizações sensíveis em matéria de segurança, nomeadamente operações militares. O PRS visa assegurar a continuidade do serviço, inclusivamente nas condições mais desfavoráveis. Oferece um serviço particularmente robusto e totalmente criptado às autoridades para situações de crise ou de emergência nacional, como no caso de ataques terroristas.
Qualquer pessoa com um dispositivo compatível Galileo pode utilizar os seus sinais de geolocalização, navegação e cronometria. Os serviços Galileo baseiam-se em sinais de grande precisão, mas durante a fase inicial atual não estão disponíveis de forma permanente, pelo que são utilizados em combinação com outros sistemas de navegação por satélite, como o GPS. Cada vez que se acrescentam satélites à constelação, a disponibilidade e o desempenho do Galileo melhoram em todo o mundo. Quando a constelação atingir o número de 30 satélites em 2020, o Galileo estará plenamente operacional e será totalmente independente, o que significa que poderá ser determinada uma posição de forma autónoma em qualquer lugar e em qualquer momento utilizando apenas satélites Galileo.
Os quatro satélites, colocados em órbita no dia 25 de julho, têm os nomes Tara, da Eslovénia, Samuel, da Eslováquia, Anna, da Finlândia, e Ellen, da Suécia. Os satélites possuem os nomes das quatro crianças premiadas pelo concurso de desenho Galileo em 2011.
O que é o sistema Galileo
O Galileo é um sistema civil sob controlo civil, que fornece informação exata de geolocalização e de cronometria. O Galileo tem por objetivo garantir a independência da Europa em relação a outros sistemas de navegação por satélite e a sua autonomia estratégica em matéria de navegação por satélite. A autonomia da Europa neste setor irá impulsionar o mercado de trabalho europeu, ajudar a UE a reforçar o seu papel de garante da segurança e da defesa e apoiar tecnologias emergentes como a inteligência artificial, os drones, a mobilidade automatizada e a Internet das coisas.
As atividades espaciais da UE incluem o Copernicus (dados abertos e livres sobre a observação da Terra, a atmosfera, o mar, as alterações climáticas e a gestão de emergências e a segurança), o EGNOS (sistema regional de navegação por satélite) e a vigilância e rastreio de objetos no espaço (SST).