Conselho da União Europeia adota opções para uma política industrial

Conselho da União Europeia adota opções para uma política industrial
Conselho da União Europeia adota opções para uma política industrial. Foto: Rosa Pinto

O Conselho da União Europeia, por iniciativa da Presidência Belga, adotou conclusões sobre “Uma indústria europeia competitiva que impulsiona o nosso futuro verde, digital e resiliente”. O reforço da competitividade da indústria europeia deve estar no topo da agenda política da próxima Comissão Europeia e estas conclusões fornecem o caminho a seguir para um novo acordo de competitividade europeia.

O Conselho da União Europeia, por iniciativa da Presidência Belga, analisou a situação do setor industrial da União Europeia (UE), explorou formas de melhorar a inovação, o acesso ao financiamento e o ambiente empresarial para os fabricantes e propõe os princípios fundamentais subjacentes a uma futura política industrial da UE.

“Os ambiciosos objetivos da União em matéria de liderança digital e de neutralidade climática oferecem oportunidades importantes para desenvolver a liderança industrial e criar empregos de elevada qualidade. Com o início do próximo mandato da Comissão Europeia pela frente, agora é o momento de lançar os alicerces para uma política industrial europeia e de fornecer orientações sobre o caminho a seguir rumo a um novo acordo de competitividade europeu”, referiu Jo Brouns, Ministra Flamenga da Economia, Inovação, Trabalho, Economia Social e Agricultura.

Conclusões do Conselho da União Europeia

Indústria competitiva: O Conselho decidiu adotar um quadro para a futura política industrial, que tenha em conta as mudanças tecnológicas, económicas e geopolíticas significativas, para uma indústria competitiva forte que impulsione a inovação, a produtividade, o emprego de qualidade, a sustentabilidade e o crescimento. O Conselho recomenda uma prioridade para as áreas tecnológicas que são críticas para a segurança económica.

Inovação e competitividade: O Conselho considera que a inovação é a força motriz da competitividade europeia, e concluiu apelar à identificação de um número limitado de prioridades estratégicas na política de investigação e inovação industrial da UE. Uma tarefa fundamental da próxima Comissão deverá ser tentar colmatar o “paradoxo da inovação” (ou seja, o facto de o conhecimento nem sempre se traduzir em produtos e serviços comercializáveis).

Financiamento e política industrial: O financiamento é um elemento essencial da política industrial da EU, levando ao impulsionar os instrumentos financeiros privados e públicos, preservando simultaneamente a concorrência e as políticas de auxílios estatais. O Conselho apela ao avanço da União dos Mercados de Capitais e à utilização dos instrumentos existentes, como o Banco Europeu de Investimento, a política de coesão, projetos importantes de interesse comum (IPCEI) e o programa InvestEU.

Melhorar o ambiente de negócios: O Conselho sublinhou a necessidade de estabelecer as condições-quadro adequadas para o sucesso da indústria. Isto inclui um mercado único; um quadro regulamentar claro que facilite o investimento e ao mesmo tempo proteja a concorrência; um mercado energético que forneça energia sustentável, segura e acessível; uma força de trabalho bem treinada e altamente qualificada; uma política comercial aberta e ambiciosa; padrões de qualidade; e a proteção da propriedade intelectual e a valorização do conhecimento.

Ação futura conjunta: O Conselho apela a uma política industrial europeia abrangente que esteja em consonância com as prioridades ecológicas e digitais da União. O futuro quadro da política industrial da Europa deve basear-se em ferramentas baseadas em evidências, métricas, princípios baseados no mercado e previsões e conclusões económicas fundamentais. Deve também integrar os resultados económicos mais recentes numa análise da política industrial e incorporar fatores ambientais, de sustentabilidade, de resiliência e sociais nos seus modelos de base, que identificam potenciais mercados estratégicos de crescimento futuro. A futura política industrial da UE deve basear-se na atual estratégia industrial da UE para 2020 e na sua atualização, no plano industrial do Acordo Verde para 2021 e na década digital, e deve também ter em consideração legislação recente, como a Lei dos Chips, a Lei das Matérias-Primas Críticas e a Lei das Matérias-Primas Críticas e a lei da indústria líquida zero.