A conjuntivite alérgica é um problema de saúde recorrente que atinge cerca de três em cada dez portugueses, e afeta sobretudo os mais jovens. Os sintomas mais comuns são o prurido ocular, olhos vermelhos, lacrimejo e sensibilidade à luz. Sintomas que se agudizam com a chegada da primavera.
A conjuntivite alérgica pode ser tratada, mas deve ser sobretudo prevenida, e a melhor forma de o fazer é evitar o contacto com os alergénios, as substâncias que desencadeiam as reações alérgicas, indica a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
Na primavera os pólenes são os principais alergénios, e estes encontrando-se em concentrações muito elevadas em muitos dias e praticamente por todo o país. A SPO considera que “possa parecer uma missão difícil evitá-los” mas “há formas de o fazer”, e recomenda que “as pessoas mais suscetíveis devem evitar caminhar em zonas arborizadas nas primeiras horas da manhã, momento do dia em que a polinização é maior, e em dias de muito vento, quentes e secos.”
Vanda Nogueira, Oftalmologista e Coordenadora do Grupo Português de Inflamação Ocular da SPO, esclarece, citada em comunicado da SPO, que “a conjuntivite alérgica sazonal é a reação alérgica ocular mais frequente”, e acrescenta: “Trata-se de uma inflamação ocular da conjuntiva, que é a membrana que reveste o olho para o proteger. A inflamação da conjuntiva faz-se muitas vezes acompanhar também por sintomas nasais”, um problema que “surge frequentemente associado a outras doenças alérgicas, como a rinite”.
A conjuntivite que resulta dos pólenes libertados pelas árvores difere da conjuntivite alérgica perene, que pode surgir em qualquer altura do ano. A conjuntivite alérgica perene é sobretudo causada pelos ácaros e pelos dos animais. A SPO esclarece ainda que a conjuntivite alérgica pode também ser confundida com as conjuntivites de origem bacteriana ou viral, pelo que o diagnóstico deve ser feito por um oftalmologista.
Vanda Nogueira esclarece que o tratamento é feito com recurso “a medicamentos anti-inflamatórios ou anti-histamínicos”, mas insiste que o mais importante é “diminuir ou evitar a exposição aos agentes que provocam a reação alérgica”.