Matosinhos Independente (MI) realiza dia 1 de fevereiro, sábado, às 17h00, no Sea Porto Hotel Matosinhos, a conferência “Pensar Matosinhos”. Nesta conferência o MI conta com a participação de Manuel dos Santos, economista, ex-deputado à Assembleia da República e ex-eurodeputado ao Parlamento Europeu, eleito nas listas do Partido Socialista.
Numa época de transformações em que surgem novos paradigmas como as alterações climáticas, as energias sustentáveis, a digitalização, a concentração da população nas cidades e o seu envelhecimento bem como novas formas de economia é fundamental repensar as urbes em todas as suas dimensões funcionais.
Traçar uma perspetiva de futuro sobre Matosinhos é o objetivo deste quarto encontro do MI que é liderado pelo biólogo Joaquim Jorge, fundador e dinamizador do extinto Clube dos Pensadores.
Para o MI “o urbanismo, a reabilitação urbana e a construção sustentável são questões que exigem reflexão” nas diversas dimensões, incluindo a história e o património. Elementos essenciais “para a uma política que se coadune com a cidade”.
Numa cidade como Matosinhos existem infraestruturas que têm de ser previamente planeadas para que tenham o impacto desejado nas populações, em vez de serem resultado de medidas ad-hoc, que normalmente levam ao desperdício de investimentos e muitas vezes a prejuízos para os munícipes.
Joaquim Jorge destacou que “a mobilidade dentro de uma cidade é dos maiores bens dos seus habitantes” e que um planeamento estratégico pode evitar um “trânsito caótico e as longas filas que as cidades enfrentam”, e acrescentou: “O bloqueio do trânsito é dos maiores desafios de uma cidade”.
Para o líder do MI “é preciso uma boa oferta de transportes públicos” e “acesso a esses transportes” recorrendo a “zonas de estacionamento” para que o habitante se liberte “da dependência do automóvel”.
Entre outros aspetos a considerar numa cidade do presente e orientada para o futuro está a segurança, que Joaquim Jorge considera ser “primordial” e que “é o expoente para atrair famílias”, assim como a limpeza e a existências de amplas zonas verdes que fomentem a prática do desporto. Espaços onde haja segurança e “as crianças possam brincar” e os idosos possam frequentar.
Uma cidade deve ser vista “pela sua economia, capacidade de criar emprego, captar talento, atrair negócios e promover oportunidades”, e ser “delineada tendo por base as pessoas e a sua inclusão”. Uma cidade onde os encargos como o IMI, o preço da água e as taxas municipais não estrangulem as famílias e ponham em causa o desenvolvimento.
Para o MI, “Matosinhos precisa de ser repensada como cidade do futuro”, para que as decisões a tomar tenham em conta uma perspetiva de uma realidade que tenha presente o “aumento de população e as mudanças climáticas”, mas essas decisões considera que “exigem uma mudança de mentalidade na gestão de uma cidade”.
Joaquim Jorge indicou que o objetivo do MI é trabalhar ao serviço de Matosinhos, e por isso tem vindo a promover debates que possam contribuir para antecipar o futuro da cidade. Debates que têm tido a contribuição de personalidades como Joaquim Massena, Fernando dos Santos Neves, Paulo Morais, Sofia Vala Rocha e Luís Osório.