Um novo medicamento para a doença de Alzheimer vai estar em breve no mercado, o primeiro em quase duas décadas. Mas alguns especialistas dizem que a evidência dos benefícios do medicamento não é muito forte e receiam um custo elevado.
Ainda assim, o anúncio da aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA tem ocupado as manchetes da imprensa. Uma atenção que reflete que a demência tem sobre os pacientes, familiares e a sociedade, e a falta de opções de tratamento da doença.
Milhões de adultos podem, no entanto, diminuir o risco de virem a precisar de um medicamento como o agora aprovado pela FDA. Mas para isso é preciso trabalhar com os prestadores de cuidados de saúde primários e usar o poder da prevenção para manter os cérebros das pessoas saudáveis.
Nesta linha de prevenção, especialistas como Deborah Levine, da Universidade de Michigan, publicou recentemente um guia para prestadores de cuidados de saúde primários e uma declaração científica da American Heart Association.
As pessoas temem a doença de Alzheimer, disse Deborah Levine. É estrategicamente importante ajudar as pessoas a compreender que podem prevenir ou retardar a demência futura tomando medidas específicas agora pode motivá-las a aumentar seus comportamentos saudáveis para um efeito positivo.
O primeiro passo é reconhecer que o risco de demência é maior entre pessoas com fatores de risco modificáveis como depressão, hipertensão, sedentarismo, diabetes, obesidade, hiperlipemia, má alimentação, tabagismo, isolamento social, uso excessivo de álcool, distúrbios do sono e perda auditiva.
O segundo passo é ajudar os pacientes a tomar medidas para reduzir o risco de demência usando medicamentos, fazer uma mudança de estilo de vida e outras intervenções. A redução da pressão arterial, açúcar no sangue, colesterol, uso de tabaco e álcool, sintomas de depressão e índice de massa corporal e aumento da atividade física, ingestão de alimentos saudáveis e conexões sociais podem reduzir o risco de demência no futuro.
Décadas de investigação mostraram que isso, embora o tamanho do efeito varie dependendo do fator de risco em questão.
“A demência não é inevitável”, disse Deborah Levine, da University of Michigan Health, e acrescentou: “Estão a aumentar evidências de que as pessoas podem manter uma melhor saúde do cérebro e prevenir a demência, seguindo comportamentos saudáveis e controlando os fatores de risco vascular.”
Essas estratégias podem ajudar a preservar a função cognitiva e reduzir o risco de ataques cardíacos e derrames, disse Deborah Levine, que chefia o Programa de Investigação de Serviços de Saúde Cognitiva e recebe pacientes no Centro Cardiovascular Frankel.
Nunca é tarde demais para começar a trabalhar no controlo dos fatores de risco cognitivos, pois “não temos tratamentos que travem a demência – por isso é importante proteger a saúde do cérebro.”