Quando a tosse convulsa não é tosse convulsa? Quando se trata de bebés, explicou Sindhu Mohandas, médica assistente de doenças infeciosas no Hospital Infantil de Los Angeles. EUA.
Bebés afetados pela doença não emitem o clássico som de tosse “grito” que crianças pequenas, jovens e adultos emitem. No entanto, esses bebés correm maior risco de complicações fatais decorrentes da doença, e é por isso que a vacinação é fundamental, afirma a especialista Sindhu Mohandas.
Mas números essenciais estão na direção errada. Em 2024, nos EUA, as taxas de infeção por tosse convulsa, também conhecida simplesmente como tosse convulsa, atingiram as maiores taxas em uma década, indicou Sindhu Mohandas, que é codiretora do Programa de Doenças Infeciosas para Imunocomprometidos.
A especialista afirmou que o aumento da tosse convulsa pode ter múltiplas causas, incluindo padrões cíclicos da doença e efeitos contínuos da pandemia, mas a redução das taxas de vacinação é um fator importante a considerar.
Como reconhecer a tosse convulsa, como trata-la e como preveni-la? Como descreve a médica especialista Sindhu Mohandas, todas as respostas devem começar com uma única palavra: vacinar.
O que é a tosse convulsa?
A tosse convulsa é uma infeção bacteriana no trato respiratório (vias aéreas), em que nos primeiros dias, assemelha-se muito a uma constipação comum, com sintomas como:
- Nariz a pingar
- Tosse leve
- Dor de garganta
- Febre leve
Após uma a duas semanas, começam os episódios de tosse intensa e violenta. “A tosse é causada por muito muco espesso nos pulmões e na garganta, o que pode dificultar a respiração”, explicou Sindhu Mohandas.
Quais são os sintomas da tosse convulsa?
Sintomas em bebés: O motivo pelo qual bebés pequenos não demonstram o “grito” da tosse convulsa é que eles não conseguem tossir com a mesma intensidade que crianças maiores, adolescentes e adultos. Em vez disso, podem apresentar dificuldade respiratória significativa.
“Bebés podem ter curtos períodos em que param de respirar, o que se chama apneia”, referiu a médica especialista. “Eles podem ficar sem ar e ter dificuldade para respirar.” Neste caso deve ser procurada ajuda médica imediatamente.
Sintomas em crianças: Em crianças pequenas e bebés, as crises de tosse geralmente duram um minuto ou mais e podem causar:
■ Um “grito” alto no final da tosse – o som da criança a tentar fazer o ar voltar para os pulmões.
■ Vómito, que pode ocorrer após a tosse e o grito.
■ Derramamento de sangue nos olhos ou sob a conjuntiva — a membrana transparente que cobre a parte branca do olho — como resultado de crises intensas de tosse que podem causar a rutura dos vasos sanguíneos.
■ Uma costela partida, pela força da tosse.
Como prevenir a tosse convulsa?
A vacinação é a melhor ferramenta de prevenção. A vacina contra tosse convulsa tem duas variações. A vacina DTaP é para crianças entre 2 meses e 7 anos, enquanto a Tdap é o reforço vacinal para todos acima de 7 anos. (Ambas protegem contra difteria, tétano e tosse convulsa, daí as iniciais, sigla em inglês.)
Bebés com menos de 2 meses de idade não devem ser vacinados, no entanto, são responsáveis pela maioria das mortes relacionadas à tosse convulsa, afirmou a especialista. Mas as gestantes podem proteger os seus bebés vacinando-se entre as 27 e as 36 semanas de gestação.
“A vacinação durante a gravidez ajuda a transmitir anticorpos protetores ao bebé antes do nascimento”, afirmou a médica. Se administrada à mãe durante a gravidez, a vacina Tdap tem 78% de eficácia na prevenção da tosse convulsa em bebés com menos de 2 meses de idade.
Bebés e crianças devem receber uma dose da vacina DTap aos 2, 4, 6 e 15 meses, bem como em algum momento entre as idades de 4 e 6 anos. As crianças precisam de um total de cinco doses para serem protegidas contra tosse convulsa grave.
Pré-adolescentes e adolescentes com 11 anos ou mais devem receber uma dose de Tdap, e os adultos devem receber pelo menos uma dose de Tdap.
Como tratar a tosse convulsa?
A tosse convulsa é tratada com antibióticos, embora a tosse possa durar 10 semanas ou mais. Embora não interrompa a doença, os antibióticos podem reduzir a sua duração — talvez de 10 para seis ou sete semanas. Os antibióticos também tornarão os bebés sou as crianças menos contagiosas para outras pessoas.
Os bebés contraem, geralmente, a tosse convulsa de um adulto. A maneira de evitar a tosse convulsa completamente é vacinar-se — incluindo os adultos que vivem em casa com o bebé. E o conselho chave é: se considerar que o bebé pode estar infetado, consulte um médico imediatamente.
