Comissão Europeia quer produção de 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030

Comissão Europeia quer produção de 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030
Comissão Europeia quer produção de 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030. Foto: © UE

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu, em vídeo enviado à Cimeira do Hidrogénio Renovável, que “em apenas 12 meses, a Europa assistiu a decisões finais de investimento em mais de 2 gigawatts de projetos de hidrogénio renovável”, o que é quatro vezes a capacidade instalada atual.

Ursula von der Leyen referiu que “os projetos que garantem todo o financiamento e licenças necessárias estão prontos para serem lançados”, deu os seguintes exemplos:

“A siderurgia Boden da Stegra, na Suécia, apoiada pelo Fundo Europeu de Inovação, será em breve o maior projeto de hidrogénio renovável do mundo. E não está sozinho. Da Dinamarca à Roménia, da Alemanha a Portugal, 10 outros projetos de grande escala passaram também do conceito à construção”.

E lembrou que na área do hidrogénio, “os Estados Unidos viram apenas duas decisões deste tipo durante o mesmo período”, o que para Ursula von der Leyen, “ilustra a liderança europeia no hidrogénio renovável. De facto, o investimento no hidrogénio europeu deverá crescer 140% em 2024, com a Europa a contribuir com quase um terço dos investimentos globais em eletrolisadores.”

A Presidente da Comissão Europeia indicou que o hidrogénio renovável está a crescer e foram estabelecidas metas claras, Assim, com o REPowerEU, foi definida “a ambição de produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030”.

Com definido pela Diretiva Energias Renováveis, será produzido pelo menos 42% do hidrogénio utilizado na indústria e 29% nos transportes deverá ser renovável até 2030. Metas que são vinculativas, e lembrou que “os Estados-Membros têm até maio de 2025 para os transformar em legislação nacional. Se for bem feito, isto mudará o jogo, libertando a procura em toda a cadeia de valor. E encorajar o aumento da produção de hidrogénio em toda a Europa.”

Mas, lembrou também “que permanecem grandes desafios. Nem todo o projeto em papel chega à fase de construção”, e por isso há muito trabalho para fazer.

“Em primeiro lugar, precisamos de acelerar a criação de mercados líderes limpos. Estamos a trabalhar em estreita colaboração com os Estados-Membros e os adquirentes da indústria — desde produtores de aço e produtos químicos a fornecedores de transportes e armazenamento de energia — para identificar as suas prioridades”, disse Ursula von der Leyen.

A Presidente da Comissão divulgou que o Acordo Industrial Limpo será apresentado nos primeiros 100 dias, após a posse da nova Comissão, e referiu: “Queremos dar prioridade à infraestrutura necessária para ligar projetos de hidrogénio de grande escala aos utilizadores finais. Exploraremos o vasto potencial das energias renováveis ​​​​da Europa e levaremos esse potencial às nossas indústrias para as ajudar a descarbonizar.”

Com a estratégia hidrogénio, Ursula von der Leyen indicou que irão ser reduzidos significativamente os preços, “não só do aço limpo, do cimento, dos combustíveis e dos plásticos, mas também dos fertilizantes, do vidro e de uma série de outros sectores difíceis de descarbonizar.”

Assim, referiu que “em 2030, por exemplo, o preço de um automóvel elétrico de tamanho médio, construído com aço limpo, terá quase o mesmo preço de um automóvel construído com aço convencional. Mas esse carro quase não acrescentará carbono à atmosfera, nem na produção nem no consumo. À medida que a procura muda para soluções mais limpas, as empresas que investem hoje em hidrogénio renovável terão uma clara vantagem de mercado.”

“O meu segundo ponto é: para satisfazer esta procura, estamos determinados a ajudá-los a aumentar a produção de hidrogénio. No ano passado, criámos o Banco Europeu de Hidrogénio – uma iniciativa inédita. O Banco oferece um prémio fixo por cada quilograma de hidrogénio renovável produzido durante a próxima década. Os resultados já são promissores” afirmou a Ursula von der Leyen.

A Presidente da Comissão acrescentou: “Após o nosso primeiro leilão, foram desembolsados ​​quase 700 milhões de euros para projetos. Prevêem-se que atinjam perto de um sexto do nosso objetivo de hidrogénio nesta década. E em dezembro vamos realizar outro leilão, desta vez com 1,2 mil milhões de euros de financiamento”.

Para o próximo leilão foi acrescentado um novo elemento crítico: “Uma cláusula que incentiva especificamente a utilização de equipamentos das empresas europeias. Porque são elas os inovadores que foram pioneiros na tecnologia do hidrogénio renovável. Isto garante a independência energética da Europa. E isto cria bons empregos na Europa.”