Comissão Europeia prepara contramedidas às tarifas anunciadas pela Administração dos EUA

Comissão Europeia prepara contramedidas às tarifas anunciadas pela Administração dos EUA
Comissão Europeia prepara contramedidas às tarifas anunciadas pela Administração dos EUA. Foto: © UE

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou, esta manhã de 3 de abril, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciados o conjunto de tarifas que decidiu vir a aplicar sobre os bens importados, praticamente a todos os países do mundo, incluindo à União Europeia, que a decisão “é um grande golpe para a economia mundial.”

A tarifa aduaneira de 20% anunciada por Donald Trump sobre os produtos da UE, para além da tarifa de 25% sobre os veículos, levou Ursula von der Leyen a lamentar a decisão e a afirmar que a mesma levará a que “a economia global sofrerá enormemente”, bem como “aumentará a incerteza e desencadeará o aumento do protecionismo” e a perspetivar que “as consequências serão terríveis para milhões de pessoas em todo o mundo.”

O quadro traçado Ursula von der Leyen é de efeitos de catástrofe, ao afirmar: “Os países mais vulneráveis, que estão agora sujeitos a algumas das tarifas mais elevadas dos EUA”, que é “o oposto do que queremos alcançar”, pois “as tarifas também prejudicarão os consumidores em todo o mundo”, um efeito que “será sentido imediatamente.”

As declarações da Presidente da Comissão Europeia são um prenúncio de uma grande catástrofe a partir da decisão da Administração dos EUA ao afirmar que “milhões de cidadãos enfrentarão contas de supermercado mais elevadas. Os medicamentos vão custar mais, assim como os transportes. A inflação vai subir. E isso está a prejudicar em particular os cidadãos mais vulneráveis. Todas as empresas – grandes e pequenas – sofrerão desde o primeiro dia. Da maior incerteza à disrupção das cadeias de abastecimento e à burocracia onerosa. O custo de fazer negócios com os Estados Unidos aumentará drasticamente. E mais, parece não haver ordem na desordem.”

Na abordagem da Administração dos EUA ao uso das tarifas aduaneiras como instrumento de reforma da economia, Ursula von der Leyen afirmou que “não existe um caminho claro através da complexidade e do caos que estão a ser criados à medida que todos os parceiros comerciais dos EUA são atingidos.”

Mas, Ursula von der Leyen assumiu que “sistema de comércio global apresenta graves deficiências” e mais diz concordar “com o Presidente Trump, que outros estão a tirar vantagem injusta das regras atuais”, e por isso mostra-se estar pronta “para apoiar quaisquer esforços para tornar o sistema de comércio global adequado às realidades da economia global.” No entanto, “adotar as tarifas como primeira e última ferramenta não vai resolver o problema.”

Se por um lado a Presidente da Comissão Europeia mostra-se disponível “para negociar com os EUA, para remover quaisquer barreiras remanescentes ao comércio transatlântico” ao mesmo tempo afirmou ir responder com a mesma moeda, e declarou: “Estamos já a ultimar um primeiro pacote de contramedidas em resposta às tarifas sobre o aço. E agora estamos a preparar-nos para novas contramedidas, para proteger os nossos interesses e os nossos negócios caso as negociações falhem”, e “estaremos também atentos aos efeitos indiretos que estas tarifas poderão ter, porque não podemos absorver o excesso de capacidade global nem aceitaremos dumping no nosso mercado.”

“Como europeus, promoveremos e defenderemos sempre os nossos interesses e valores. E defenderemos sempre a Europa”, indicou Ursula von der Leyen, e acrescentou que “a Europa tem o maior Mercado Único do mundo — 450 milhões de consumidores — que é o nosso porto seguro em tempos tumultuosos.”