O Clube dos Pensadores, dinamizado pelo biólogo, Joaquim Jorge, regressa com os seus encontros com personalidades. Neste regresso a convidada é a antiga Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal. O encontro decorre no dia 14 de março, pelas 21h30, no Hotel Holiday Inn Porto-Gaia.
A justiça e a perceção que os portugueses têm da sua lentidão e ineficácia. A noção que há uma justiça para ricos, poderosos e influentes e que há outra justiça para pobres e sem recursos. Haverá uma verdadeira separação entre o poder político e o poder judicial? São questões e temas muitas vezes colocados e até debatidos, mas será que estão esclarecidos?
Ao longo do tempo vão surgindo momentos em que temas, como a reforma do sistema político, a reforma da lei eleitoral, a regionalização, a imprensa e a sua independência, a indiferença social, a corrupção, servem de remesso para títulos na imprensa.
Quando o país possui, novamente, um partido político dominante com maioria absoluta na Assembleia da República, o que se pode esperar dos partidos da oposição, da sociedade e mesmo dos Procuradores da Republica?
O Clube dos Pensadores, indica Joaquim Jorge, pretende, como no passado, intervir despertando a sociedade para a necessidade de debates esclarecedores, em que se rompa com o normalmente criado imobilismo de um status quo assente num servilismo motivado pela subsidiodependência e pelo poder de um Plano de Recuperação e Resiliência que os milhares de milhões de euros amansarão intrépidos pensadores.
Ao longo do tempo, desde março de 2006, em que o Vicente Jorge Silva, Diretor do jornal Público, veio ao Clube dos Pensadores falar de jornalismo, muitos outros como Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Rui Rio, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa contribuíram para um maior conhecimento sobre a diversidade da nossa sociedade.
Quando os resultados das eleições legislativas apontam para uma previsível estabilidade políticas até 2026, algumas análises sociológicas apontam para que a vida política possa ser mexicanizada. O risco dessa mexicanização pode ser combatido com o fortalecimento do debate, o reforço da liberdade de discordar, com o permanente esclarecimento por pensadores livres, com uma imprensa independente de tutelas económicas e políticas, e sobretudo com a força de uma sociedade interventiva.
É para uma sociedade interventiva que Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, diz regressar, indicando que “encolher os ombros e estar em silêncio não faz parte do nosso ADN”.