O claustro do Convento de Santo António de Ferreirim, Lamego, vai sofrer uma intervenção de reabilitação. O investimento previsto é superior a 157 mil euros. A empreitada, com prazo de execução de quatro meses, integra-se na Operação Vale do Varosa II, promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), e que tem o apoio do Município de Lamego que assume a contrapartida nacional, num financiamento do Programa Operacional Norte 2020.
Esta intervenção vem complementar os trabalhos já realizados na primeira fase da Operação Vale do Varosa, que deram origem à criação do Centro Interpretativo do Convento de Santo António de Ferreirim, aberto ao público em julho 2016.
A DRCN indicou que os trabalhos incluem a melhoria da acessibilidade à igreja e ao centro interpretativo, através do claustro. Obras que vão permitir um maior conforto no acesso às instalações sanitárias, bem como através da reabilitação dos percursos circundantes à igreja, os visitantes podem beneficiar de melhores condições.
Também com a criação de um acesso à torre o visitante vai poder ter uma experiência de grande impacto e uma perspetiva total do claustro, do antigo mosteiro e da paisagem envolvente.
Convento de Santo António de Ferreirim
O Convento integra uma anterior torre fortificada, possivelmente datada do século XIV. A fundação deste convento masculino franciscano inicia-se com a doação, em 1525, dos terrenos circundantes, por D. Francisco Coutinho, Conde de Marialva.
De traça manuelina, da qual sobrevive o pórtico da igreja, há ainda a assinalar a construção do claustro, entretanto desaparecido, correspondente à primeira metade do século XVI, período de construção da igreja e do complexo conventual.
No espólio destacam-se as oito tábuas pintadas em 1533-1534 pelos denominados “Mestres de Ferreirim”, parceria desvendada mais tarde por documentação encontrada por Virgílio Correia e que revelou os nomes de Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, como os autores das pinturas.
O convento foi extinto em 1834, e a igreja convertida em igreja paroquial, as dependências conventuais vendidas em hasta pública e parcialmente desmanteladas ou caídas em ruína. Em 1944 foi classificado como Imóvel de Interesse Público, e em 2001-2005 a igreja e seu recheio foram sujeitos a restauro.
Em 2009 foi integrado no Projeto Vale do Varosa, o que possibilitou a recuperação da área conventual remanescente, onde foi instalado o Centro Interpretativo.
Projeto Vale do Varosa
O Projeto Vale do Varosa foi desenvolvido pela Direção Regional de Cultura do Norte e centrado no vale do rio Varosa, subsidiário ao vale do rio Douro. O projeto Vale do Varosa assenta, desde 2009, na criação de uma rede de monumentos abertos de forma integrada à fruição pública, tendo como núcleo principal, numa primeira fase, os mosteiros cistercienses de São João de Tarouca e de Santa Maria de Salzedas e o Convento franciscano de Santo António de Ferreirim. Em abril de 2014 juntaram-se ao projeto Vale do Varosa outros monumentos, a Ponte Fortificada de Ucanha e a Capela de São Pedro de Balsemão.
A DRCN indicou que as principais linhas estratégicas do projeto Vale do Varosa são a recuperação de edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada, a abertura ao público com funcionamento em rede e o desenvolvimento de ações de divulgação conjunta.