A edição de 2023 do Programa de Intercâmbio Literário já tem vencedores. O júri constituído por Mirna Queiroz (Revista Pessoa, na qualidade de convidada), João Pignatelli (Diretor do Camões – Centro Cultural Português em Maputo) e Laurentina Pereira (Diretora Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa) decidiu pelos escritores Cláudia Lucas Chéu e Mélio Tinga.
O júri considerou que no universo das candidaturas admitidas ao programa as dos dois escritores são as que melhor se enquadram na lógica do programa de intercâmbio literário, tendo destacado, como indicado pela Câmara Municipal de Lisboa, em comunicado, “o impacto e benefícios destas residências e os encontros e experiências que proporcionam para a atividade literária dos candidatos vencedores e para os projetos apresentados, bem como a oportunidade de enriquecimento do seu percurso artístico”.
A iniciativa foi criada ao abrigo do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, através do Centro Cultural Português em Maputo. Um programa de incentivo à criação literária e de aposta na internacionalização da cultura que se destina a escritores de nacionalidade portuguesa e moçambicana com obra publicada e que pretendam desenvolver um projeto de criação literária.
■ A escritora Cláudia Lucas Chéu fará residência literária na cidade de Maputo, de 1 a 31 de outubro de 2023.
Cláudia Lucas Chéu, escritora, poeta, dramaturga e argumentista, tem publicados os textos para teatro Glória ou Como Penélope Morreu de Tédio (2011) e Violência — Fetiche do homem bom (2013), nas edições Bicho-do-Mato/Teatro Nacional D. Maria II, A Cabeça Muda (2014), na Cama de Gato edições, e Veneno (2015, Coleção Curtas da Nova Dramaturgia – Memória), edições Guilhotina.
Em prosa poética, publicou o livro Nojo (2014), na (não) edições. Em poesia, o livro Trespasse (2014), Edições Guilhotina e Pornographia (2016), Editora Labirinto. Em 2017, foi publicado o seu livro Ratazanas (poesia), pela Selo Demónio Negro, em São Paulo (Brasil). Publicou em 2018, o seu primeiro romance Aqueles Que Vão Morrer, Editora Labirinto, e Beber Pela Garrafa (poesia), pela Companhia das Ilhas. A Mulher-Bala e outros contos, Editora Labirinto 2019, Confissão (poesia), Companhia das Ilhas, 2020, a Mulher Sapiens (contos e ensaios), Jornal Público e Companhia das Ilhas, 2021, A Vida Mentirosa das Crianças, Nova Mymosa, 2021, Ode Triumphal à Cona (poesia), Companhia das Ilhas, 2022, e Orlando — tratado sobre a dignidade humana (dramaturgia), Teatro Nacional D. Maria II, 2022. O livro Confissão foi semifinalista do Prémio Oceanos em 2021.
■ O escritor Mélio Tinga fará residência literária em Lisboa, de 1 a 31 de maio de 2023.
Mélio Tinga, escritor de ficção e designer gráfico, publica conto, novela e romance. Colaborou para mais de uma centena de livros em Moçambique. Orienta oficinas de publicação de livros, faz curadoria de festivais e dirige iniciativas literárias de promoção do livro e do autor.
É co-fundador de CATALOGUS – Portal de Autores Moçambicanos, da OitentaNoventa – Projecto de ligação entre gerações literárias, em Moçambique, nos países africanos e lusófonos, Vice-Presidente da ACUP – Associação Cultural da Universidade Pedagógica de Maputo. Coordena e apresenta “as palavras das tuas mãos”, um podcast produzido em que se procura desvendar os caminhos do livro. É colaborador permanente da Revista Literatas, membro do Movimento Literário Kuphaluxa e parte do projecto lusófono Mapas de Confinamento.
Foi vencedor do prémio literário INCM/ Eugénio Lisboa 2020 com o romance Marizza, foi finalista do Prémio 10 de Novembro 2019 com o livro de contos Outro Dia a Nuvem Evapora, Prémio de Letras de Música SensaSons (2012), vencedor do BLOG4DEV 2021 do Banco Mundial e Prémio das Indústrias Culturais (PREICC), na categoria de design (2023), do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas.