Num recente estudo publicado no World Journal of Urology, investigadores da Universidade de Saint Louis, EUA, reviram dados de pacientes com um tipo raro de cancro da bexiga, e examinaram os tratamentos que receberam e as taxas de sobrevida subsequentes no período de cinco anos.
Zachary Hamilton, professor assistente de cirurgia e oncologista urológico na Universidade de Saint Louis, referiu que a cirurgia para adenocarcinoma não-uracal invasivo (ACB) levou às melhores taxas de sobrevivência.
O investigador referiu que a “análise de dados mostra melhores resultados de sobrevida para pacientes submetidos à extirpação cirúrgica definitiva, a remoção de tecido ou órgãos cancerígenos, em comparação com outros tratamentos”, pelo que “a cirurgia continua a ser a base do tratamento com esse tipo de cancro”.
Os investigadores reviram dados do National Cancer Database (NCDB), dos EUA, um projeto conjunto da Comissão de Cancro do Colégio Americano de Cirurgiões e da Sociedade Americana contra o Cancro. O NCDB inclui dados de todos os pacientes com cancro atendidos em instituições participantes e estima-se que capturem mais de 70% dos novos casos de cancro nos EUA.
Zachary Hamilton e outros investigadores envolvidos no estudo examinaram registos de pacientes tratados por adenocarcinoma invasivo não-uracal, uma malignidade rara encontrada entre 0,05 a 2% dos pacientes diagnosticados com cancro da bexiga, de 2004 a 2015.
A equipa de investigadores analisou 851 registos de pacientes e descobriu que 398 não receberam tratamento, 298 receberam cistecotomia, uma cirurgia para remover a bexiga urinária, 124 receberam radiação externa (EBRT) e 31 receberam EBRT mais cistectomia.
A taxa de sobrevida de cinco anos foi significativamente melhor para os pacientes que foram submetidos apenas a cistectomia. De facto, foi o único tratamento que foi associado a uma melhoria de sobrevida. O estudo concluiu que a cirurgia é subutilizada para o ACB invasivo, e que a preservação da bexiga com radioterapia não tem benefício de sobrevida.