Segunda Cimeira para as interligações energéticas reuniu, ontem, 27 de julho, em Lisboa, o Primeiro-Ministro português, António Costa, o Presidente de França, Emmanuel Macron, e o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e ainda Miguel Arias Cañete, Comissário Europeu para a Ação Climática e Energia. Na cimeira esteve também Emma Navarro, Vice-Presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI).
Os dirigentes fizeram um balanço dos progressos já alcançados para uma maior integração da Península Ibérica no mercado interno da energia e acordaram formas de reforçar a cooperação regional entre Espanha, França e Portugal.
Numa declaração conjunta da cimeira os três países e a Comissão Europeia reafirmam o interesse na criação da União Europeia da Energia através de interligações para um mercado interno da energia, seguro, competitivo, limpo e interligado.
Nesta cimeira esteve em evidência o projeto de interligação elétrica através do Golfo da Biscaia, que vem resolver uma, até agora, deficitária interligação entre a Espanha e França através dos perineus.
Ligação Golfo da Biscaia
Durante a cimeira foi assinada uma convenção de subvenção para a linha elétrica que atravessa o golfo da Biscaia, num total de 578 milhões de euros, com a participação do BEI. Este é considerado o maior investimento de sempre num projeto de infraestrutura energética no âmbito do Mecanismo Interligar a Europa.
A linha elétrica, que vai envolver uma distância de 280 quilómetros, vai duplicar até 2025 a capacidade de troca energia elétrica entre França e Espanha, e aproximar estes países “da meta de interconexão de 15 % fixada no novo Regulamento relativo à governação da União da Energia.”
A Cimeira identificou vários projetos com prioritários e indicou todo o apoio ao financiamento europeu para a concretização. Dos projetos constam as interligações Cantegri-Navarra e Marsillon, a de Vila Fria do Conde-Recarei, em Portugal, e Beariz-Fontefría, em Espanha, uma interligação que vai permitir um nível de transferência elétrica superior a 10% entre Portugal e Espanha.
Mas para que haja as transferências de energia pretendidas entre os países é necessário, também o reforço de outras redes já existentes, para isso os responsáveis políticos dos países indicam que é necessário uma identificação dessas redes.
Interligação de Gás
No domínio das interligações de Gás os três países sublinham a importância do gás natural liquefeito, da diversificação de fontes e rotas de abastecimento, para diminuir a dependência da União Europeia e reforçar a segurança energética.
Assim, foi reconhecida a importância do Tratado MIBGÁS, entre Espanha e Portugal, que vai permitir aumentar o mercado ibérico de gás e uma futura interligação com o mercado de gás francês.