No âmbito Ano Europeu do Património Cultural 2018, a Comissão Europeia organiza conferência no quadro do programa de financiamento de ciência e inovação ‘Horizonte 2020’ sobre a Inovação e o Património Cultural. O objetivo é a apresentação de algumas das mais promissoras inovações para preservar e valorizar o património cultural da Europa para gerações futuras.
Entre os temas em debate encontram-se as medidas adotadas pela Comissão Europeia para contribuir para as sinergias a longo prazo entre a ciência, a investigação, a inovação e a cultura, em benefício do património cultural.
A disponibilidade do acesso digital a sítios inacessíveis fisicamente, a ajuda para preservar artefactos de valor inestimável e a exploração de novas formas de valorizar o património cultural para as indústrias criativas, são alguns dos temas.
Os europeus sabem que a investigação e a inovação podem fomentar soluções tecnologicamente inteligentes e avançadas para fazer face aos desafios que a Europa enfrenta para tentar proteger e beneficiar do seu património cultural, é nessa linha que a Comissão indica que pretende atuar.
O Comissário responsável pela Educação, Cultura, Juventude e Desporto, Tibor Navracsics, presente na conferência, referiu: “Precisamos de preservar o nosso património cultural para as gerações futuras. A investigação e a inovação são as nossas grandes aliadas”, pois, “oferecem soluções e tecnologias avançadas para atingir este objetivo.”
Com o apoio do programa de financiamento da União Europeia (UE) em matéria de investigação e inovação, o Horizonte 2020, o Comissário Carlos Moedas, responsável pela investigação, Ciência e Inovação, considera “tornar a Europa líder mundial em matéria de inovação com base no património”, e referiu: “O património cultural é uma fonte inesgotável de inovação, onde as tradições vão ao encontro das tecnologias de ponta.”
Por sua vez a Comissária Mariya Gabriel, responsável pela Economia e Sociedade Digitais, referiu: “As inovações tecnológicas e digitais têm um potencial único visto que facilitam o acesso ao nosso património”, e deu como exemplo a plataforma Europeana que é “um canal e uma porta aberta para o nosso passado, presente e futuro.”
Na conferência a Comissão apresenta o plano a seguir no domínio da “Inovação na investigação do Património Cultural”, e que avalia a investigação financiada pela UE em matéria de património cultural e propõe melhorias ao Programa-Quadro Europeu na área da investigação após 2020.
O plano prevê que entre 2014 e 2020 a UE invista 500 milhões de euros na investigação e inovação na área do património cultural. Esta revisão do plano “é apenas um elemento do denominado pilar da inovação do Ano Europeu do Património Cultural, que é constituído por três projetos, geridos pela Comissão com os Estados-Membros da UE, o Conselho da Europa e as universidades europeias.
Um pilar que tem como objetivo “melhorar as competências dos europeus sobre o património cultural, envolver melhor os cidadãos nas decisões sobre o património cultural, e promover o papel da ciência e das tecnologias no domínio do património cultural.”
Património Cultural
O património cultural consiste nos recursos culturais e criativos de natureza corpórea ou incorpórea com um valor para a sociedade que tem sido publicamente reconhecido a fim de ser preservado para as gerações futuras. Inclui sítios naturais, construídos e arqueológicos, museus, monumentos, obras de arte, cidades históricas, obras literárias, musicais, audiovisuais e digitais, bem como os conhecimentos, práticas e tradições dos cidadãos europeus.
Peso económico das atividades culturais
Mais de 300 000 pessoas trabalham no setor do património cultural da UE, representando a Europa, enquanto região, quase metade da Lista do Património Mundial da UNESCO, graças aos seus 453 sítios nela inscritos. Além disso, 7,8 milhões de postos de trabalho na UE estão indiretamente ligados ao património, como é o caso do no setor do turismo, da interpretação e da segurança.