O II Fórum Iberoamericano de Cidades Criativas reuniu entre os dias 28 e 31 de outubro de 2024 em Castelo Branco, mais de duzentos participantes oriundos de dezasseis cidades criativas de quatro países, e onde foram oradores mais de trinta especialistas e políticos.
Um evento que permitiu, durante quatro dias, a troca de conhecimentos e a partilha de culturas e experiências, com o objetivo de elevar a Rede de Cidades Criativas da UNESCO a um reconhecimento cada vez mais significativo.
No Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco mais de 30 especialistas de renome na área das Cidades Criativas partilharam as suas experiências e as melhores práticas.
A rede de cidades criativas abrange sete áreas distintas: Artesanato e Artes Populares, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Media Artes e Música. Áreas sobre as quais as cidades comprometem-se a partilhar experiências, conhecimentos e boas práticas, e a desenvolver parcerias que envolvam setores públicos e privados, associações, comunidade civil, bem como organizações e instituições culturais.
Da Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO fazem parte 10 cidades portuguesas, como Óbidos, Idanha-a-Nova, Caldas da Rainha e Leiria, que marcaram presença neste evento em representação das respetivas áreas em que estão inseridas.
Para alcançar o estatuto de cidade criativa são importantes três pilares, que Ana Carla Reis, especialista mundial em Cidades Criativas, enumera: “o eixo da inovação, com a busca constante por soluções para superar desafios; o eixo das conexões, que envolve a colaboração entre o setor público, o privado e a sociedade civil; e, finalmente, o eixo da cultura, que inclui tanto as expressões artísticas quanto o espírito próprio da cidade. As cidades precisam de se reinventar continuamente, o que constitui o maior desafio e objetivo principal”.
Neste II Fórum Iberoamericano de Cidades Criativas, o Chile foi o país convidado, e onde estiveram representantes das cidades de Chillán, Frutillar, Valparaíso, Concepción e Los Ríos, tendo Teresa Díaz, Diretora Executiva da Rede Nacional de Territórios Criativos do Chile, partilhado uma visão abrangente sobre o passado, presente e futuro da rede de Cidades Criativas chilenas.
A apresentação pela cidade anfitriã esteve a cargo de Hélder Henriques, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, que destacou a importância do bordado de Castelo Branco como argumento central na candidatura à UNESCO, mas também considerou a necessidade “de envolver todas as artes e artesãos, criando um projeto que seja coletivo e pertença à comunidade. Ser uma Cidade Criativa implica grandes responsabilidades, como a preservação e valorização da tradição”.
No último dia do evento, no Mercado Municipal, foi apresentada uma Mostra Criativa de Artesanato e Artes Populares Iberoamericana, com cerca de 20 artesãos a apresentarem as suas obras e técnicas. Estiveram representadas várias formas de arte, incluindo pintura, cestaria, bordado, marcenaria, renda, fabrico de chapéus de palha, música e desenho.
O encerramento do evento coube ao Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues que destacou os contributos do encontro para a promoção da criatividade nas suas diversas formas e relevou o estabelecimento de parcerias entre as cidades participantes.