Centenas de cidadãos de várias profissionais unem-se em campanha para proteção das falésias da Ponta da Piedade, em Lagos, e pedem à Câmara Municipal para impedir que avancem projetos de construção privados junto às falésias, por entenderem que coloca em risco a conservação das falésias.
Numa carta aberta os cidadãos da cidade turística portuguesa de Lagos solicitam ao Presidente da Câmara Municipal pata proteger uma das atrações naturais mais conhecidas da região, as falésias da Ponta da Piedade, impedindo que o interesse privado possa prevalecer sobre um bem que consideram público.
A campanha liderada por Jonathan Silva envolve várias centenas de pessoas. “Um Algarve de todos Nós merece a conservação da nossa riqueza Natural”, disse o cantor Dino D’Santiago D’Santiago, natural da região e um dos cidadãos que assinou a carta dirigida ao presidente da autarquia.
Jonathan Silva lembra que a área entre as falésias da praia da D. Ana e a Ponta da Piedade foi vedada, e desta forma barrado o acesso a áreas de domínio público, o que no seu entender é ilegal, dado que os residentes e visitantes foram impedidos de desfrutar da área pública.
Os cidadãos não se conformam que o município tenha começado a elaborar planos que permitam a prevalência de interesses privados para esta área, como deu a conhecer Jonathan Silva, refere comunicado do grupo de cidadãos. Há inclusive uma grande empresa de construção, que está a anunciar o terreno para venda com possíveis licenças de construção, indica o comunicado.
“Todos deveriam ter pleno acesso a estas falésias”, disse Jonathan. “Elas são mundialmente famosas. Não é justo que os interesses privados possam vir a controlar quem pode andar sobre elas”.
A campanha para proteger as falésias da Ponta de Piedade apresenta três simples exigências:
■ o acesso seguro às falésias através da remoção das vedações;
■ retirada de quaisquer planos de desenvolvimento atuais para as falésias, ou licenças de construção;
■ que seja feita uma consulta pública para que a comunidade possa decidir com o município o que deve acontecer com a área. A comunidade deve ter o direito de votar em diferentes propostas de projetos sobre a melhor forma de utilizar ou desenvolver a área.
Entretanto, em reunião entre Jonathan Silva e o Presidente da Câmara Municipal de Lagos realizada em 31 de março de 2021, o Presidente da autarquia terá indicado que irá retirar as vedações, e assim a população poderá voltar a usufruir livremente da área das falésias.
O comunicado dos organizadores da campanha refere que até agora, o Presidente da Câmara Municipal não manifestou abertura para retirar os planos em curso sobre a área e na realização de uma consulta pública.