Depois da Austrália ter conhecido o impacto de ciberatividades maliciosas no setor da saúde, nomeadamente num importante prestador de serviços de saúde, o Medibank, em que milhões de registos, contendo informações pessoais, incluindo nomes, datas de nascimento, números de segurança social e informações médicas sensíveis, foram roubados e alguns publicados na dark web, o Alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, em nome da União Europeia manifesta solidariedade com o país.
Josep Borrell referiu que a Austrália avalia que o comprometimento da rede em 2022 foi conduzido por um cibercriminoso russo, e que pela primeira vez, a Austrália utilizou o seu quadro autónomo de sanções cibernéticas para responder ao incidente.
“A União Europeia e os seus Estados-Membros condenam veementemente a continuação das atividades cibernéticas maliciosas que visam operadores essenciais, incluindo os da União Europeia, nomeadamente através de ataques de ransomware”, referiu Alto representante.
Josep Borrell acrescentou: “Desde a pandemia de COVID-19, o setor da saúde tem sido cada vez mais alvo de atividades cibernéticas maliciosas, conduzindo a roubos e fugas de dados pessoais e sensíveis, bem como à interrupção dos serviços de saúde. Continuamos coletivamente monitorando o cenário de ameaças”.
“Continuamos empenhados em combater os cibercriminosos, reforçando a cooperação transfronteiriça na aplicação da lei contra o ransomware, e continuamos a apoiar os operadores de serviços essenciais para aumentar a sua resiliência e reforçar os nossos esforços para dissuadir e responder a atividades cibernéticas maliciosas através de ações diplomáticas conjuntas”, declarou o Josep Borrell.
O Alto representante lembrou: “Recordamos as normas da ONU sobre o comportamento responsável do Estado no ciberespaço, incluindo as obrigações de não danificar ou prejudicar a utilização e operação de infraestruturas críticas que prestam serviços ao público”, e por isso “apelamos também aos Estados para que não permitam que o seu território seja utilizado para atividades cibernéticas maliciosas e que tomem medidas adequadas contra os intervenientes que conduzem tais atividades”.
“A União Europeia e os seus Estados-Membros continuarão a promover um ciberespaço global, livre, aberto, seguro e estável, nomeadamente o trabalho sobre a criação do Programa de Acção da ONU para esse efeito”, concluiu Josep Borrell.