Médicos e outros especialistas vão debater os miomas uterinos, bem como as lesões durante o exercício físico, as patologias prostáticas, o cancro do pulmão e a qualidade no fim de vida, no Congresso Lusíadas Saúde a decorrer no dia 5 de novembro, no Centro de Congressos de Lisboa.
Sobre os miomas uterinos, a Lusíadas Saúde esclarece que são dos tumores pélvicos os mais frequentes, afetando em geral entre 60% a 70% da população feminina e entre 25% a 40% das mulheres em idade reprodutiva. O tamanho e a localização destes tumores benignos podem interferir na capacidade reprodutiva da mulher, provocando hemorragias na gravidez, abortos de repetição e problemas durante o parto.
Fátima Faustino, responsável do Centro Especializado em Endometriose, do Hospital Lusíadas Lisboa, citada em comunicado da Lusíadas Saúde, esclarece que “aproximadamente 70% das mulheres têm miomas uterinos e que a sua incidência aumenta a partir dos 35 anos, altura em que, na sociedade atual, muitas mulheres programam a primeira gravidez por atingirem a sua estabilidade profissional e familiar”.
Os miomas uterinos são tumores benignos que se desenvolvem a partir da camada muscular do útero (miométrio) e, conforme a sua localização, classificam-se em submucosos, intramurais e subserosos. Os sintomas mais frequentes incluem hemorragia, dor e problemas reprodutivos.
A especialista revela ainda que os miomas uterinos podem trazer complicações na capacidade de engravidar e durante a gestação, ou seja, “dependendo do tamanho e localização, os miomas podem interferir com a capacidade reprodutiva da mulher, condicionando hemorragias na gravidez, abortos de repetição e problemas no parto”.
Os miomas submucosos e os intramurais mais volumosos parecem ser responsáveis por alguns dos condicionantes da gravidez, indica Fátima Faustino. Refere ainda que “em situações em que se removeram os miomas verificou-se que as taxas de aborto diminuíram e as taxas de gravidez aumentaram de forma significativa”.
Em face dos estudos e do efeito da remoção dos miomas, a médica especialista, considera que “cabe ao ginecologista informar as mulheres que, devido aos avanços da tecnologia e da investigação é possível tratar os miomas conservando o útero”.
Para Fátima Faustino, o tratamento dos miomas submucosos é a miomectomia histeroscópica, uma técnica de videocirurgia considerada um dos maiores avanços no tratamento da patologia. Esta intervenção, quando realizada por uma equipa médica experiente, não necessita de internamento e a doente apresenta uma rápida recuperação. As complicações a seguir à intervenção são raras bem como a morbilidade.
No caso do tratamento dos miomas intramurais e subserosos a técnica de eleição será a miomectomia laparoscópica, indica Fátima Faustino, e acrescenta que se reserva “a clássica via aberta (laparotomia) para casos muito graves com miomas muito volumosos e/ou em grande número”.