Dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), agora disponibilizados, e respeitantes ao mercado de emprego no mês de dezembro de 2017, permitem um balanço geral de todo o ano de 2017, na área do mercado de trabalho, e de onde surgem algumas conclusões:
■ O ano 2017 terminou com 403,8 mil desempregados inscritos nos centros de emprego. O que representa o valor mais baixo desde outubro de 2008;
■ Há menos 78,8 mil desempregados em relação ao final de 2016, ou seja, uma diminuição de 16,3%, e menos 151,4 mil desempregados face ao final de 2015, uma diminuição percentual de 27,3%. Neste caso verifica-se uma grande diminuição nos últimos dois anos;
■ O desemprego diminuiu todos os meses do ano, à exceção do mês de novembro em que se manteve estável, uma diminuição a um ritmo médio de 1,8%, o que pode considerar-se que em média saíram do desemprego 8,2 mil pessoas por mês ao longo de 2017.
■ O desemprego jovem baixou para 44,4 mil pessoas no fim do ano, correspondendo a menos 10,9 mil que no final de 2016 e a menos 24,8 mil que no final de 2015;
■ O número de desempregados inscritos há 12 meses ou mais baixou para 193 mil, o valor mais baixo desde dezembro de 2009 o que representa uma redução de 38,6 mil pessoas em relação ao final de 2016 e a 67 mil face ao final de 2015.
Relativamente à variação homóloga do desemprego registado em dezembro de 2017, destaca-se o seguinte:
■ Na comparação com o mês de dezembro de 2016, o desemprego diminuiu 16,3% em termos globais, menos 78,8 mil pessoas, em todas as categorias e em todos os níveis de qualificação, em particular nos grupos menos qualificados, e para ambos os sexos, neste caso com maiores decréscimos nos homens:
● Nos jovens o desemprego diminuiu 19,7%
● Nos adultos o desemprego diminuiu 15,9%
● Nos desempregados de curta duração a diminuição foi de 16%
● Nos desempregados de longa duração a diminuição foi de 16,7%
● O número de pessoas à procura do primeiro emprego diminuiu 15,8% e à procura de novo emprego diminuiu 16,4%
■ A diminuição homóloga foi transversal a todas as regiões do país, com destaque para a baixa de 15,7% no Norte, com menos 31,6 mil pessoas e de 17,2% em Lisboa V.T. com menos 42,3 mil pessoas, que no total representam 71% da redução homóloga do desemprego.
■ O desemprego diminuiu em todos os setores de atividade, com a maior redução homóloga a registar-se no setor da construção, onde o desemprego recuou 27,9%, menos 12,3 mil desempregados, e com um contributo de 18% para a redução global do desemprego, que compara, por exemplo, com um contributo de 9% do alojamento, restauração e similares. Em relação ao final de 2015, o desemprego na construção teve uma quebra superior a 43%, correspondendo a aproximadamente 25 mil pessoas.
No que respeita à variação mensal do desemprego registado em dezembro de 2017, os dados indicam:
■ Na comparação com o mês de novembro, o desemprego registado teve uma variação negativa de 0,2%. Um decréscimo que é explicado pela saída do desemprego de jovens, pessoas à procura do primeiro emprego e com qualificações de nível secundário e superior.
■ Registaram-se decréscimos idênticos de 6,9% no desemprego jovem, com menos 3,3 mil jovens, e nos desempregados à procura do primeiro emprego, com menos 3,2 mil pessoas, a par de uma redução de 2,2% dos desempregados com ensino secundário e superior, com menos 3,5 mil pessoas.
■ O desemprego de longa duração registou um decréscimo de 0,8%, ou seja menos 1,5 mil pessoas.
■ Registaram-se aumentos pontuais do desemprego em alguns grupos (homens, adultos, níveis de qualificação mais baixos), no Algarve com mais 11,8%)e na Madeira com mais 1,4%, e em alguns setores de atividade, nem todos com padrão típico de sazonalidade.
Balanço do número de pessoas ocupadas em medidas de emprego e formação:
■ Em dezembro de 2017, registavam-se 87,4 mil pessoas ocupadas em medidas de emprego e formação profissional. Em relação ao mesmo mês de 2016, o número de ocupados diminuiu 16,7%, ou seja, menos 17,5 mil pessoas, com um aumento de 1,7% face ao mês de novembro, correspondendo a mais 1,5 mil pessoas.
■ A diminuição homóloga do número de ocupados está em linha com o decréscimo do desemprego registado e a relação entre ocupados e desempregados mantém-se na casa dos 20%.
■ Pelo sentido contrário, a relação entre o número de ocupados e a população empregada registada pelo INE tem vindo a decrescer.