Apesar de se ter distinguido como gravadora e de ter sido uma pioneira da gravura moderna em Portugal, com participação frequente em exposições à época da sua atividade artística, no país e no estrangeiro, Teresa Sousa é hoje uma artista quase apenas do conhecimento de estudiosos de arte moderna portuguesa.
Teresa Sousa nasceu em Lisboa, em 1928. Em 1954, concluiu com nota máxima o Curso Superior de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1955-56 esteve como bolseira em Paris, onde estudou gravura no carismático Atelier 17, sob a orientação de Stanley Hayter, uma referência maior da gravura do século XX. A aprendizagem no Atelier 17 foi decisiva para o reconhecimento do seu trabalho de gravadora.
Os poucos elementos informativos sobre Teresa Sousa, que se encontram na literatura da especialidade, estão maioritariamente relacionados com o prémio de gravura que lhe foi atribuído na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), com a Galeria Pórtico, da qual foi fundadora e dinamizadora; e como artista gravadora nos primeiros anos da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.
Ao tempo em que desenvolveu a sua atividade como artista plástica (1955 – 1961), Teresa Sousa foi bastante prolífica, reconhecida e premiada, mas a morte prematura, com apenas 33 anos acabados de fazer, interrompeu uma carreira que se augurava promissora. Deixou muitos trabalhos por concluir e bastantes estudos, nomeadamente para gravuras, para tapeçarias, e para mosaicos. Com exceção de algumas gravuras, a sua obra nunca foi objeto de estudo.
Na exposição “Teresa Sousa – Fragmentos de um breve percurso”, é apresentada uma retrospetiva antológica da obra da artista, que constitui, desde sempre, a primeira mostra em que são expostos ao público trabalhos em todas as principais linguagens em que se expressou: gravura, pintura, desenho, sendo ainda exibida uma tapeçaria executada pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre a partir de um desenho da artista.