Estudo recente de investigação mostrou que as células estaminais mesenquimais, obtidas a partir de sangue do cordão umbilical, podem ser convertidas em células produtoras de insulina e transplantá-las para diabéticos, onde passam a produzir insulina, necessária para controlar os níveis de glicose no sangue.
No estudo, os investigadores compararam o efeito das células estaminais mesenquimais usando três grupos de ratos: um com ratos diabéticos tratados com as células estaminais mesenquimais, outro de ratos diabéticos não tratados e, ainda, outro composto por ratos saudáveis.
Os investigadores verificaram que no segundo grupo, os valores de glicose no sangue em jejum permaneceram elevados, a rondar os 400 mg/dL, e no primeiro grupo os ratos diabéticos que receberam as células produtoras de insulina, que inicialmente apresentaram, em média, uma glicémia em jejum de 399 mg/dL, melhoraram semana após semana. Ao fim das 10 semanas de observação, o nível de glicémia tinha já descido para 122 mg/dL, valor relativamente próximo do valor apresentado pelos ratos de controlo saudáveis que era de 92 mg/dL.
Para Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “este estudo vem dar ênfase à possibilidade de encontrar soluções inovadoras para o tratamento da diabetes tipo 1, nomeadamente através de terapia celular. A translação dos estudos animais para ensaios clínicos em doentes humanos é um passo essencial para incorporar este tipo de metodologias no tratamento futuro da diabetes”.
“As células estaminais mesenquimais são ótimas candidatas para este tipo de terapia, uma vez que são de fácil obtenção e conseguem diferenciar-se em vários tipos de células”, acrescentou a investigadora.
A diabetes é uma das doenças crónicas mais prevalentes a nível mundial, afetando mais de 366 milhões de pessoas, e estima-se que possam chegar aos 552 milhões em 2030, segundo a Federação Internacional da Diabetes.
O número de doentes diabéticos tem vindo a aumentar, devido a vários fatores, como o envelhecimento da população, o sedentarismo e a obesidade. Devido aos níveis aumentados de glicose (açúcar) no sangue, os diabéticos têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, problemas renais, oculares, entre outros.
Mas é também preocupante o rápido aumento do número de crianças diagnosticadas com diabetes tipo 1 e tipo 2. A diabetes é, neste momento, um grave problema de saúde à escala global, que obriga à mobilização de esforços para encontrar abordagens terapêuticas inovadoras, apesar dos grandes avanços alcançados nesta área nos últimos 10 anos.