A Comissão Europeu anunciou a proposta de criação de uma Parceria para Investigação e Inovação na região do Mediterrâneo (PRIMA). A Comissão pretende com esta parceria “desenvolver investigação conjunta que leve a novas soluções para a sustentabilidade de gestão dos recursos hídricos e de produção alimentar” na bacia do Mediterrâneo.
A parceria inclui os Estados-Membros; Chipre, República Checa, Espanha, França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal, e os países com ligação ao Mediterrâneo, como Marrocos, Tunísia, Egito, Líbano e Israel. No entanto a parceria poderá ser alargada a outros países, tendo a Alemanha já manifestado interesse em participar.
Carlos Moedas, Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, refere que “a parceria Euro-Mediterrânica é um excelente exemplo em que a troca de conhecimentos e investimento podem fazer uma enorme diferença”, e acrescentou que a parceria agora anunciada vai trazer “água de boa qualidade e alimentos para a população”, e vai “contribuir para o crescimento das economias locais e criar novos postos de trabalho”.
A parceria está planeada para um período de 10 anos a ter início em 2018, e contará com um financiamento de 400 milhões de euros, sendo 200 milhões de euros do presente quadro de investigação do programa Horizonte 2020 e os outros 200 milhões de euros de comparticipações dos países integrantes.
Para Carlos Moedas, “através do PRIMA, a investigação e a inovação irá ter um papel crucial na raiz de uma das causas de migração”. Nos últimos anos, o setor agrícola do Mediterrâneo tem sofrido sérios momentos de escassez de água e de diminuição da produção agrícola. Atualmente, 180 milhões de pessoas na bacia do Mediterrâneo são consideradas de ‘pobres’ em água, dado que dispõem de menos de 1.000 metros cúbicos por habitante e por ano de recursos hídricos renováveis.
A proposta de criação do PRIMA vai ser enviada pela Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho da União Europeia para discussão política e aprovação legislativa.