Uma sondagem recente desenvolvida pela consultora PWC indica que pelo menos 80% das empresas europeias tiveram, no mínimo, um incidente de cibersegurança ao longo de 2015, um ano em que se verificou, em relação a 2014, um aumento de 38 % de incidentes de segurança em todos os setores, a nível mundial.
A situação de vulnerabilidade das empresas europeias a ciberataques está a preocupar a Comissão Europeia. Esta vulnerabilidade é prejudicial para as empresas, quer sejam grandes empresas ou de pequena dimensão, e está a “pôr em causa a confiança na economia digital”, indica comunicado da CE.
A Comissão vai reforçar a cooperação transfronteiras e entre todos os intervenientes e setores que desenvolvem atividades no domínio da cibersegurança. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços inovadores e seguros para a União Europeia.
A Comissão acaba de lançar uma nova parceria público-privada sobre cibersegurança. Para isso, vai mobilizar 1,8 mil milhões de euros de investimento até 2020. Mas esta parceria é apenas uma das várias iniciativas da CE destinadas a dotar a Europa de melhores instrumentos contra ciberataques e a reforçar a competitividade do seu setor da cibersegurança.
Para Andrus Ansip, Vice-Presidente da CE e responsável pelo Mercado Único Digital, “a Europa tem de estar preparada para enfrentar ciberameaças que são cada vez mais sofisticadas e que não conhecem fronteiras”.
A parceria entre a CE e a indústria irá contar também com a participação das administrações públicas nacionais, regionais e locais, centros de investigação e universidades. Para a CE “o objetivo da parceria é promover a cooperação nas fases iniciais do processo de investigação e inovação e criar soluções de cibersegurança para vários setores, como os da energia, saúde, transportes e finança”.
Para Günther H. Oettinger, Comissário da Economia e Sociedade Digitais, “a Europa necessita de produtos e serviços de cibersegurança de elevada qualidade, interoperáveis e a preços acessíveis”.
Para além da parceria, a Comissão vai levar a cabo várias medidas para combater a fragmentação do mercado da cibersegurança da UE. Atualmente, uma empresa de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) tem de se submeter a diferentes processos de certificação para vender os seus produtos e serviços em vários Estados-Membros. A Comissão pretende estabelecer um quadro europeu de certificação para produtos de segurança no domínio das TIC.
Um grande número de PME inovadoras europeias operam em nichos de mercado ligado à segurança, como a criptografia e o software antivírus, mas a maioria não consegue ampliar a escala das suas operações. Neste campo a Comissão pretende vir a facilitar o acesso ao financiamento por parte das empresas de menor dimensão que trabalham no domínio da cibersegurança.
Após o Parlamento Europeu adotar a Diretiva Segurança das Redes e da Informação serão criadas Equipas de Resposta a Incidentes no domínio da Segurança Informática em toda a UE, a fim de permitir uma reação rápida a ciberameaças e ciberincidentes.
A diretiva estabelece também um ‘Grupo de Cooperação’ entre os Estados-Membros, para dar apoio e facilitar a cooperação estratégica e o intercâmbio de informações, e sobretudo desenvolver um clima de confiança.
A eventualidade de virem a existir ciberincidentes graves leva a Comissão a reforçar a cooperação transfronteiras e face ao ritmo acelerado da evolução do panorama da cibersegurança a Agência da União Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA) poderá ver a sua missão revista.