O Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, elegeu, como seu lema, uma ideia muito clara: a de que, como instituição dedicada às artes, tem como tarefa encontrar um “chão comum” entre as diferentes práticas artísticas, um campo de contacto entre os artistas e os públicos e estabelecer diálogos entre as diferenças de que as artes são constituídas.
Para o CCB esta ideia simples é também uma reflexão sobre os tempos em que vivemos, demasiado clivados entre posições que não se questionam e que não parecem abertas a negociações. Como instituição cultural e artística, o CCB considera que a abertura ao outro, ao diverso e ao que não sabemos classificar é urgente e reflete uma necessidade social, estética e mesmo política.
A programação proposta pelo CCB para a temporada 2023/24 assenta nesta noção de abertura e diálogo iniciada na temporada anterior, agora que o Centro Cultural de Belém retomou a gestão plena dos seus espaços, com o Centro de Artes Performativas, a Fábrica das Artes dirigida a públicos jovens, ao Centro de Arquitetura/Garagem Sul e o Museu de Arte Contemporânea, que inaugurará, de forma plena, no outono.
Na articulação entre estas diversas valências, da temporada fazem parte projetos que se desdobram nos vários espaços, mantendo, no entanto, a atenção às áreas a que o CCB se tem, regularmente, dedicado, como a música erudita, a música improvisada, a dança, o teatro e a arquitetura, a que se juntam agora as artes visuais e a performance.
A programação de 2023-2024 assume, ainda, de acordo com o CCB uma outra dimensão da mesma ideia de “chão comum”: o olhar retrospetivo para o passado, reapresentando projetos ao público que merecem ser revisitados, no pressuposto de que o presente e o futuro das práticas artísticas é feito de retornos e memórias que não se podem apagar.
A mediação e a educação também serão focos centrais deste “chão comum”, com o surgimento do programa Vem cá!, que reúne toda a enorme oferta do CCB na sua relação com o ensino, os professores e as escolas, mas também para as famílias, com uma particular atenção às questões da acessibilidade, quer em termos sociais, quer no cuidado com os públicos com necessidades específicas.
Da próxima temporada faz parte um festival de música em março de 2024, que retoma uma tradição interrompida pela pandemia, mas agora aberto a várias formas musicais, mas sempre procurando a excelência artística.
Para o CCB esta ideia de “chão comum” reflete-se na continuação das parcerias com organizações com as quais desenvolve coproduções (como a Metropolitana, a OPART, os Teatros Nacionais D. Maria II e São João, o Teatro Municipal do Porto, os festivais de Almada, Temps d’Images, Cumplicidades ou Alkantara).
O CCB anunciou que entre 22 e 25 de junho, há um desconto especial de abertura de Temporada.