A partir de finais de 2021 todo o serviço público de transporte rodoviário da Área Metropolitana de Lisboa (AML) passa a funcionar integrado numa única marca e numa plataforma comum de informação e gestão. O concurso público internacional foi lançado hoje no valor de 1.200 milhões de euros.
Fernando Medina, presidente do Conselho Metropolitano da AML, referiu que vai haver um aumento de “mais 40% de oferta de autocarros”, novas linhas e novas ligações, ou seja mais oferta, mas também, “mais pontualidade, menos intervalos entre autocarros” e mais horários nos fins-de-semana.
Pela primeira vez “é feita uma rede que é desenhada de raiz, em que se tem em conta as necessidades das pessoas e aquilo que são os trajetos que as pessoas necessitam fazer, ora isto, no conjunto dos 18 municípios da Área Metropolitana”, referiu Fernando Medina.
Trata-se “do maior concurso que o país já alguma vez lançou, do ponto de vista de serviços rodoviários”, com uma maior oferta de serviços “mais robusta, mais pontual, mais a tempo e horas, mais ajustada às necessidades das pessoas mas também com autocarros de muita melhor qualidade”.
Todos os autocarros vão funcionar com a mesma marca “carris metropolitana“, e com “uma idade média muito mais baixa do que os que circulam atualmente”, e que vão diminuindo “ao longo do desenvolvimento do concurso”, os autocarros vão ser “mais confortáveis” e “muito mais amigos do ambiente”.
Os autocarros de todas as empresas a operar na AML vão estar integrados “numa rede única e num sistema de informação único que se junta ao passe único – navegante, que é o passe para a AML”.
O concurso prevê a divisão da AML em quatro lotes:
■ Noroeste, que abrange as carreiras municipais de Amadora, Oeiras e Sintra, e intermunicipais de ligação a Cascais, Lisboa e exterior AML, com 133 linhas;
■ Nordeste que inclui as carreiras municipais de Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, e intermunicipais de ligação a Lisboa e exterior AML, com 218 linhas;
■ Sudoeste com as carreiras municipais de Almada, Seixal e Sesimbra, e intermunicipais de ligação ao Barreiro e Lisboa e exterior AML, com 116 linhas;
■ Sudeste com as carreiras municipais de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, e intermunicipais de ligação ao Barreiro e Lisboa e exterior AML, com 111 linhas.
Fernando Medina esclareceu que no limite irão operar quatro empresas o que corresponde ao número de lotes colocado em concurso, e que todas vão operar com “autocarros da mesma cor, com a mesma marca, com o mesmo sistema de informação, com o mesmo sistema nas paragens, com o mesmo titulo de transporte, isto é, a pessoa entra no autocarro que melhor serve as suas necessidades e não vai estar preocupada se é da empresa A ou B, se comprou o titulo da empresa A ou à B”.
O novo sistema de transportes públicos rodoviários vai permitir ligações mais adequadas “com as estações de metro, com as estações de barco, com as estações de comboio, com muitos mais horários e com muito melhores frequências do que as atuais”.
Os 18 municípios da AML vão financiar também a rede, sendo que dos 1.200 milhões de euros do concurso, “cerca de 250 milhões de euros” é um acréscimo de encargos dos municípios às receitas de tarifário. Este acréscimo é “para podermos ter rede a operar à noite, aos fins-de-semana e em percursos que não são rentáveis, mas que são importantes para cobrir necessidades sociais” conclui Fernando Medina.