A utilização de veículos remotos, ou seja, não tripulados/autónomos (UAV/UGV, do inglês), está em crescimento, e em paralelo a investigação e a inovação tecnológica ligada aos mesmos. Um dos exemplos são a variedade dos veículos aéreos ou ‘drones’, mas também os veículos terrestres para várias aplicações como as de observação e salvamento.
“A maioria dos produtos profissionais utilizam links sem fios, baseados em WiFi, para a comunicação em tempo real com os veículos remotos”, indica comunicado do Instituto Politécnico de Leiria, referindo ainda que “embora o WiFi não consiga cumprir vários dos requisitos necessários, como a alta mobilidade, o alcance e a mitigação da interferência”.
Carlos Ribeiro, professor do Instituto Politécnico de Leiria, e Eduardo Castaneda, ambos investigadores do Instituto de Telecomunicações, formaram equipa com um modelo de negócio de base tecnológica focado em links avançados sem fios para veículos profissionais remotos. A equipa foi uma das vencedoras do programa ‘Carnegie Mellon Portugal Entrepreneurship in Residence (inRes) 2016’.
“Construímos um modelo de negócio para uma startup que desenvolve links sem fios avançados, direcionados aos segmentos UAV/UGV profissionais”, referiu Carlos Ribeiro, citado no comunicado, e acrescentou: “A nossa tecnologia responde efetivamente às necessidades identificadas”.
Depois dos estudos das ligações aos quais a equipa dedicou quatro anos de investigação, Carlos Ribeiro esclareceu: “Estas ligações sem fios são adaptáveis aos requisitos dos clientes, e desafiam os limites do que está atualmente disponível no mercado, já que permite que novas aplicações transmitam enormes quantidades de informação em tempo real”.
O programa ‘inRes’ tem como objetivo promover ideias inovadoras em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), potencia a aceleração das ideias até ao mercado, possibilitando a criação de novas empresas de base tecnológica. Neste caso “proporcionou aos investigadores um período de formação em Portugal, seguido de um período de imersão de sete semanas nos Estados Unidos da América, ancorado nos campi da Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh e Silicon Valley”.
Os dois investigadores do Instituto de Telecomunicações estão agora “a diligenciar os procedimentos necessários para avançar com uma empresa de base tecnológica, de forma a implementar o novo modelo de negócio”, e Carlos Ribeiro indicou: “Em dois anos esperamos ter o produto disponível no mercado nacional e internacional”. Uma afirmação que o investigador sustenta esclarecendo: “O período em que estivemos nos EUA permitiu-nos validar as necessidades do mercado e obter um conhecimento aprofundado dos requisitos dos clientes deste país”.