O número de casos de cancro aumentou 30% nas últimas quatro décadas em adolescentes e jovens adultos. O cancro renal está a crescer a taxas mais altas, indicam investigadores do Penn State College of Medicine, EUA. A equipa de investigadores referiu que são necessários mais estudos sobre testes, diagnóstico e tratamento para lidar com esta tendência de crescimento.
Nicholas Zaorsky, investigador no Penn State Cancer Institute e especialista em oncologia por radiação e ciências da saúde pública, referiu que o cancro é a principal causa de morte entre adolescentes e jovens adultos e que o número crescente de casos é preocupante.
“Adolescentes e adultos jovens são uma população de cancro distinta”, referiu Nicholas Zaorsky. “Mas eles são frequentemente agrupados com pacientes pediátricos ou adultos nos estudos de investigação. É importante estudar como este grupo é diferente para que as diretrizes de atendimento possam ser desenvolvidas para abordar o aumento de casos”.
Os investigadores analisaram dados – incluindo sexo, idade no diagnóstico e tipo de cancro – de quase meio milhão de pacientes com cancro nos Estados Unidos, entre 15 e 39 anos, durante mais de quatro décadas. Os dados foram recolhidos pelo Programa de Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais do Instituto Nacional do Cancro. O objetivo da equipa era determinar o número de casos de cancro em adolescentes e adultos jovens entre 1973 e 2015. Os resultados acabam de ser publicados no JAMA Network Open.
Durante o período de tempo estudado, os investigadores descobriram que os diagnósticos de cancro aumentaram de 57 para 74 por 100.000 adolescentes e jovens adultos. Os tipos de cancro mais comuns em homens foram testicular, melanoma e linfoma não Hodgkin. Os tipos mais comuns em mulheres foram os cancros de mama, tireoide, cervical e uterino. Nicholas Zaorsky referiu que as taxas de cancro de rim, tireoide e gastrointestinal estão a aumentar nesta faixa etária.
O investigador indicou que outros estudos têm vindo a mostrar que estes tipos de cancro estão a aumentar nesta faixa etária, e acrescentou: “Os nossos dados reforçam o fato de que os médicos devem estar atentos a estes cancros em pacientes adolescentes e jovens adultos.”
De acordo com Nicholas Zaorsky, são necessárias mais estudos para determinar por que os cancros: renal, tireoidiano, gastrointestinal e outros tipos de cancro estão a aumentar em adolescentes e jovens adultos. Para o investigador as mudanças ambientais, dietéticas e de rastreamento durante o período de tempo estudado podem ter contribuído para o aumento das incidências.
“Todos estes tipos de cancro têm fatores de risco únicos”, referiu Nicholas Zaorsky, e concluiu: “Agora que há uma melhor compreensão dos tipos de cancros que são prevalentes e que mais aumentam nesta faixa etária, devem ser desenvolvidos protocolos de prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento direcionados especificamente a esta população”.