Investigadores da Faculdade de Enfermagem e Inovação em Saúde da Universidade do Texas em Arlington desenvolveram uma nova plataforma baseada em nanopartículas para tratamento do cancro do esófago e visualização de imagens em simultâneo.
A equipa de Universidade do Texas em conjunto com investigadores da Universidade do Estado de Ohio desenvolveram nanopartículas polipeptídicas, que têm fluorescência no infravermelho próximo, que dá uma melhor imagem do tecido. E modificaram as nanopartículas com propriedades para se dirigirem ao tumor depois de estarem com um medicamento de quimioterapia.
“Isso é medicina de precisão”, disse Zui Pan, um dos autores do estudo sobre a nanopartícula, que deve ser publicado na revista Nature Communications. “É difícil detetar o tumor do cancro do esófago. Um método de deteção comum é o uso de uma sonda endoscópica, que ilumina com luz branca através da garganta. Mas o problema é que o tumor está embutido no tecido normal e difícil de encontrar. Para ajudar a detetar o tumor e guiar o cirurgião para a área que é iluminada a zona para ser removido cirurgicamente, ou para serem considerar terapias alternativas.
O cancro do esófago é a sexta maior causa de morte por cancro em todo o mundo, é responsável por quase 16 mil mortes nos Estados Unidos por ano, de acordo com a American Cancer Society. Tem poucos sintomas e é frequentemente diagnosticado num estágio já avançado. A taxa de sobrevivência de cinco anos é inferior a 20%.
Zui Pan, um dos principais investigadores do cancro de esófago, lidera um laboratório que é dedicado ao estudo e tratamento da doença. Outros colaboradores deste estudo incluem Mingjun Zhang e Zhen Fan, do Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade Pública de Ohio, Yan Chang, um pós-doutorado no laboratório de Pan e Chaochu Chi, um estudante de pós-graduação que também está no laboratório de Pan.
Os investigadores começaram a desenvolver essa nanopartícula em 2015, e para facilitar a visualização do tumor, a nanopartícula tem a capacidade de transportar o medicamento quimioterápico para o local.
A nanopartícula é injetada no corpo, viaja através da corrente sanguínea e acumula-se na área do tumor por causa de suas propriedades de direção.
Os investigadores indicaram que no passado houve algumas preocupações com a tentativa de usar nanopartículas para detetar células cancerígenas devido ao potencial de introduzir efeitos colaterais imprevistos. Mas agora fazem notar que a nova nanopartícula é biocompatível e biodegradável.
“Este é um marco significativo na investigação em cancro, particularmente na do cancro do esófago”, referiu Anne Bavier, reitora da Faculdade de Enfermagem e Inovação em Saúde. “É potencialmente transformador e baseia-se ainda mais nos esforços da faculdade e da universidade para promover a saúde e a condição humana”.
Este é o segundo avanço na investigação do cancro do esófago, nos últimos 12 meses, desenvolvido pela mesma equipa de investigadores. Estudo anterior tinha mostrado que o zinco pode inibir o crescimento de células cancerígenas do esófago.