Os Caminhos de Santiago em Portugal passam a dispor de legislação para serem certificados e valorizados. O programa, já aprovado pelo Governo, cria as condições para o reconhecimento internacional e integração do caminho português no conjunto de caminhos oficiais de Santiago.
A certificação será assegurada pela Comissão Executiva do Caminho de Santiago, um órgão com elementos da Direção Geral do Património Cultural e do Turismo de Portugal, indicou, em comunicado conjunto, as secretarias de Estado do Turismo e da Cultura.
O Caminho Português de Santiago é o segundo mais percorrido para chegar a Santiago de Compostela. Em 2018 chegaram à cidade da Galiza 327 mil peregrinos, sendo mais de 81 mil os peregrinos que iniciaram o seu trajeto em Portugal.
Nos últimos anos “o número de peregrinos a percorrer o Caminho Português tem vindo a aumentar de forma significativa, sendo o caminho que mais cresce em termos de procura” com o Porto a assumir o segundo lugar entre as cidades para início da peregrinação, a seguir Sarria, em Espanha.
O Governo indicou que com a aprovação do novo diploma, são criadas “as condições para a promoção internacional destes itinerários, que atravessam todo o país de Sul a Norte.”
Para a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, “a certificação do Caminho Português vai permitir reforçar ainda mais a promoção internacional destes caminhos e a abertura do mapa turístico de Portugal a todo o território”.
Ana Godinho acrescentou: “A promoção de Portugal como um país de caminhos, de tolerância e de abertura tem sido um dos nossos instrumentos de comunicação. O peregrino de Santiago faz o percurso ao longo de todo o ano e gera riqueza nos territórios por onde passa”.
A decisão sobre a certificação dos Caminhos Portugueses de Santiago vem em linha com o lançamento em 2018 da plataforma Caminhos da Fé, “que inclui os caminhos de Fátima, a rota da Herança Judaica, altares Marianos e que passará também a incluir os caminhos de Santiago certificados”. Verifica-se também que uma grande parte do caminho de Santiago é coincidente com o caminho de Fátima, estando a ser “desenvolvidas ações de sinalização e de promoção conjunta.”
O Governo indicou que “com a celebração do Jacobeu, Ano Santo de Santiago de Compostela, em 2021, a aprovação deste diploma reveste-se da maior importância, na medida em que permitirá que mais pessoas possam escolher Portugal como local de início de peregrinação.”
Ângela Ferreira, Secretária de Estado da Cultura, indicou que “o Caminho de Santiago e os seus diversos itinerários fazem parte do património cultural europeu. Representa também um valor universal, o de um encontro de culturas.”
A governante acrescentou: “Este diploma é um importante instrumento para uma melhor estruturação dos caminhos existentes e da marcação de novos itinerários, potenciando-se o desenvolvimento e a coesão territorial, incluindo a nível transfronteiriço, e proporcionando aos peregrinos a melhor e mais segura experiência possível”.