Investigação da Universidade do Estado de Ohio, EUA, mostrou que uma nova “biópsia virtual” permite diagnosticar definitivamente cistos no pâncreas com alta precisão. Isso significa que os cistos pré-cancerosos podem ser eliminados e assim, potencialmente serem salvas vidas.
O atual modelo de análise envolve testar o fluido dentro dos cistos. Permitindo identificar corretamente os cistos como benignos ou pré-cancerosos, em 71% das vezes. No estudo já publicado na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology os investigadores referem que descobriram que quando a “biópsia virtual” é adicionada à análise padrão, a precisão do diagnóstico salta para 97%.
“Os cistos pancreáticos são comuns e podem ser difíceis de distinguir entre cistos benignos e os que tornar-se-ão cancerosos, mas este procedimento permite-nos fazer isso rapidamente e com confiança”, referiu Somashekar Krishna, gastroenterologista e principal autor do estudo.
“Esperamos que, no final das contas, estejamos a salvar vidas, seja diagnosticando o cancro do pâncreas precocemente, antes que ele se transforme em cancro, ou evitando cirurgias desnecessárias de um cisto pancreático benigno e inofensivo”, referiu o gastroenterologista.
O método de diagnóstico testado no estudo fornece aos médicos uma visão microscópica da parede do cisto, que é produzida por um minúsculo telescópio que emite luz laser dentro do cisto. Isso permite que os médicos determinem quase imediatamente se é pré-canceroso.
“Muitas vezes, somos capazes de dizer ao paciente logo após o procedimento: ‘Você tem um cisto pré-canceroso e precisamos de o encaminhar ao cirurgião para remover o cisto”, referiu Krishna.
A maioria dos pacientes é diagnosticada com cistos pancreáticos acidentalmente ao fazer uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada por outro motivo. Quase 40% das ressonâncias magnéticas feitas do abdómen revelam cistos pancreáticos e a possibilidade de existirem aumenta com a idade.
É estimado que mais 45.000 pessoas morrem de cancro do pâncreas por ano, nos EUA, tornando-se a terceira principal causa de mortes por cancro. Os pacientes geralmente não apresentam sintomas até que o cancro esteja avançado, tornando o diagnóstico precoce e o tratamento um desafio.