O Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu ao Banco BPI um financiamento total de 350 milhões de EUR sob a forma de empréstimo. O empréstimo diz respeito a 300 milhões de euros destinados a financiar investimentos pelas pequenas e médias empresas (PME) e 50 milhões de euros destinam-se ao financiamento de investimentos empresariais, em Portugal, na área da eficiência energética.
300 milhões de euros para apoio a PME
O contrato de empréstimo foi assinado hoje em Lisboa, dia 22 de dezembro, por Román Escolano, Vice-Presidente do BEI, e por Fernando Ulrich, Presidente do Banco BPI. O contrato diz respeito à primeira tranche de 300 milhões de euros de um empréstimo do BEI, no montante total de 400 milhões de euros.
Este empréstimo do BEI permitirá ao BPI disponibilizar financiamento a taxas de juro vantajosas e com prazos alargados a PME (empresas com menos de 250 trabalhadores) e mid-caps (empresas com menos de 3000 trabalhadores) portuguesas.
O objetivo é a promoção do crescimento económico e a criação de emprego em Portugal, tendo em conta que cerca de 30% do empréstimo total poderá ser usado para financiar pequenos projetos realizados por entidades do setor público, nomeadamente autarquias e empresas locais de todo o país.
O BEI indica que é a quinta operação que realiza com “o Banco BPI ao abrigo do mesmo quadro de apoio às pequenas e médias empresas portuguesas que visa promover o crescimento sustentável”.
O BEI indica ainda que a operação anterior com o BPI envolveu um empréstimo de 300 milhões de euros, assinado em 2014, que promoveu mais de 1300 projetos em diferentes setores da indústria e dos serviços.
50 milhões de euros para apoio a eficiência energética
Para além do empréstimo de 300 milhões de euros, o BEI assinou também com o Banco BPI um empréstimo de 50 milhões de euros “ao abrigo do novo Instrumento de Financiamento Privado para a Eficiência Energética (PF4EE), uma iniciativa conjunta do BEI e da Comissão Europeia”.
Este apoio financeiro do BEI tem como objetivo “promover o desenvolvimento da eficiência energética e os pequenos investimentos em energias renováveis realizados, principalmente, pelo setor empresarial em Portugal”.
O instrumento PF4EE combina um empréstimo do BEI para melhorar as condições de financiamento dos investimentos em eficiência energética financiados por bancos locais, com uma garantia de proteção parcial do risco dos empréstimos dos bancos parceiros, e ainda o reforço da capacidade de financiamento dedicada aos investimentos em eficiência energética, através da partilha de conhecimentos técnicos e financeiros obtidos em programas semelhantes realizados noutras partes da UE.
O financiamento do BEI no âmbito do PF4EE em que há partilha de riscos com a Comissão Europeia deverá facilitar a realização de investimentos em Portugal, como o melhoramento de coberturas, paredes, janelas e equipamentos energéticos em edifícios, a modernização de sistemas de iluminação e a instalação de tecnologias que permitirão a utilização de energia limpa na produção industrial para autoconsumo.
Com o empréstimo de 50 milhões de euros, concedido ao BPI, o BEI espera contribuir para reduzir as emissões de CO2 e aumentar a eficiência energética em Portugal. Román Escolano, Vice-Presidente do BEI, afirmou, citado em comunicado, que “o financiamento das pequenas e médias empresas e os investimentos em eficiência energética constituem duas prioridades importantes do BEI em Portugal”.
O responsável do BEI referiu ainda que os dois empréstimos assinados com o BPI vão “providenciar financiamento do BEI em condições vantajosas para apoiar um dos pilares fundamentais da criação de emprego no país: as PME e mid-caps portuguesas de um amplo conjunto de setores produtivos, promovendo simultaneamente a utilização de energias limpas”.
Fernando Ulrich afirmou, citado em comunicado, que “esta quinta operação de empréstimo às PME e a mid-caps é o 30º contrato assinado com o BEI, numa parceria de longa data e de grande sucesso iniciada em 1983 com o BPI, cujas operações totalizam até à data quase 2500 milhões de euros”.
Este novo empréstimo “vem confirmar a prioridade máxima que o BPI continua a atribuir às PME e mid-caps na sua política de financiamento a partir de 2017”.
No que se refere ao PF4EE, Fernando Ulrich referiu que “o BPI congratula-se por ter sido, uma vez mais, selecionado pelo BEI, na sequência de um concurso público lançado pelo BEI em 2015, como primeiro intermediário do BEI e da CE em Portugal, para a utilização de um novo instrumento de financiamento destinado a apoiar projetos de pequena e média dimensão exclusivamente na área da eficiência energética”.
Miguel Arias Cañete, Comissário Europeu para a Ação Climática e Energia, referiu, citado pelo BEI, que “a energia mais barata é aquela que não se consome. Com uma maior poupança energética, as empresas e os empreendedores dispõem de mais recursos para a criação de novos postos de trabalho e crescimento”.
O Comissário acrescentou que “os 50 milhões de euros irão ajudar as PME em Portugal a poupar dinheiro e a reduzir as suas emissões de carbono”.